20% dos postos do Oeste ficam sem combustíveis e filas se formam

Motoristas começaram a lotar postos com receio de desabastecimento.  Conforme sindicato, distribuidoras enviam caminhões para suprir demanda.

Veículos fazem fila em posto de gasolina no Oeste de SC (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)Veículos fazem fila em posto de gasolina em Concórdia, no Oeste de SC (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)

Cerca de 20% dos quase 900 postos de combustíveis do Oeste catarinense ficaram com as bombas secas após motoristas lotarem os estabelecimentos com receio de novos bloqueios nas rodovias catarinenses entre a noite de quarta-feira (22) e manhã de quinta (23), informou Sindicato dos Postos de Combustíveis de Chapecó.

Desde de a madrugada desta quinta, caminhoneiros estão às margens de rodovias no Oeste de Santa Catarina para protestar após categoria não chegar a um acordo com o governo federal sobre o valor do preço mínimo do frete no país na quarta-feira. Entretanto, não houve bloqueios até as 9h, informou a PRF.

Entre 18 de fevereiro e 3 de março, na primeira mobização de 2015 da categoria, houve desabastecimento de combustível pois caminhões de distribuidoras eram impedidos de trafegar por manifestantes.

De acordo com João Carlos Stakonski, representante do sindicato dos postos de Chapecó, os caminhões das distribuidoras de combustiveis devem chegar até o final da manhã a todos os postos da região. “Como os veículos não são impedidos de passar, acreditamos que todos os postos terão o sistema normalizado. Mas temos que aguardar a situação ao longo do dia. Cidades como São Miguel do Oeste, onde começou o movimento dos caminhoneiros, podem sofrer mais”, disse o representante.

Apenas no posto que Stakonski é proprietário, em Chapecó, uma fila de cerca de 300 veículos se formava por volta das 9h. Ele afirma que a população se adiantou a uma situação e nem todos os postos estão na mesma situação. Entretanto, cidades como Xaxim, Concórdia  e Pinhalzinho também têm as longas filas. Elas começaram a se formar por volta das 18h de quarta.

“Não consegui abastecer porque a gasolina está no fim”, disse o pastor Erno Kufeld, que tentou encher o tanque em um estabelecimento de São Miguel do Oeste, na noite de quarta. O posto confirma a situação. “Nós ficamos sem gasolina e etanol. Só tem óleo diesel”, disse o frentista Guiomar Zolet.

Fila em posto de combustível em Pinhalzinho, Oeste de SC (Foto: Rádio RCO/Divulgação)Fila em posto de combustível em Pinhalzinho, Oeste de SC (Foto: Rádio RCO/Divulgação)

Concentração de manifestantes
A primeira concentração registrada foi em São Miguel do Oeste, por volta da 0h. Um grupo de pessoas ligadas ao movimento chegou a solicitar a adesão de caminhoneiros, interceptando veículos, mas a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) impediu.

“Nós faremos um trabalho de garantia da legislação de trânsito. Mesmo nos acostamentos, o estacionamento é proibido. Os veículos devem ter seu direito de ir e vir garantido. Eles [caminhoneiros] têm o direito de manifestar, desde que não haja bloqueios nas rodovias”, disse o comandante Laerte Bieger.

Caminhoneiros SC (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)Caminhoneiros começaram a se concentrar em margens de rodovias de SC (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)

Na manhã desta quinta-feira, por volta das 8h, na BR-282 em São Miguel do Oeste, pelo menos 60 caminhoneiros estavam estacionados às margens da rodovia, em um pátio no trevo. Já em Concórdia, também no Oeste catarinense, ao menos 20 caminhões estavam estacionados em um pátio de veículos no trevo da BR-153.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda há registros de manifestantes em Maravilha, na BR-282, e Irani, na BR-153, sem caminhões, mas com manifestantes abordando veículos. Até as 8h, não houve obstrução de vias.

Caminhoneiro SC (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)Caminhoneiros começaram mobilização nesta quinta (Foto: Michel Teixeira/Atual FM)

Impasse
Os caminhoneiros mobilizados tiveram uma uma rodada de negociações da categoria com o Governo Federal na quarta-feira (22) para tentar padronizar o preço do frete. Não houve acordo.

O impasse está na criação de uma tabela de valores mínimos para o frete. Esta era uma das principais reivindicações da categoria desde o dia 18 de fevereiro deste ano, quando a categoria  bloqueou até o dia 3 de março vários pontos de rodovias federais catarinenses.

O Governo Federal ficou de passar uma tabela, mas chegou a conclusão que seria algo inconstitucional pois iria ferir as leis de mercado. Os motoristas não concordam com esse argumento e decidiram paralisar, fazer uma nova greve.

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