Governo divulga lista dos 100 trechos mais perigosos nas estradas federais

O governo federal identificou e divulgou nesta quinta-feira (19) os 100 trechos em rodovias federais onde houve os maiores índices de acidentes durante o ano. Entre os dez primeiros, estão trechos em estradas de Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Pará, Espírito Santo e Ceará.Nos 100 trechos mais perigosos, o governo registrou 784 mortes e 14.613 feridos, num total de 34.748 acidentes. O ministério informou que os 100 trechos abrangem a 26,9% dos acidentes nas estradas federais do Brasil, e 9,6% das mortes nas rodovias. Estes 100 trechos identificados, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, correspondem a 1.000 quilômetros, dos 68 mil de rodovias federais que há no país.

De acordo com os índices de gravidade divulgados pelo Ministério da Justiça, o trecho mais perigoso do país é o trecho entre os quilômetros 200 e 210 da BR-101, em Santa Catarina, onde houve neste ano 1.049 acidentes, com 516 feridos e 13 mortos durante o ano.

O segundo trecho mais perigoso do país é na BR-381, em Minas Gerais, entre os quilômetros 490 e 500, onde houve em 2013 889 acidentes, com 273 feridos e 20 mortes. Já o terceiro ponto mais perigoso está na BR-116, em São Paulo, entre os quilômetros 220 e 230, onde houve 612 acidentes, com 313 feridos e 18 mortes neste ano.

Com o objetivo de reduzir os números de acidentes, os ministérios da Justiça, Saúde, Cidades e Transportes lançaram nesta quinta-feira (19) a terceira edição de uma operação especial que visa a maior segurança nas estradas do país durante as festas de fim de ano e período de carnaval. A Operação Rodovida será realizada nos 100 trechos considerados pela Polícia Rodoviária Federal os mais “perigosos” nas rodovias Brasil.

De acordo com o ministério, a Polícia Rodoviária Federal prevê mais de 1.130 ações de fiscalização, “nas quais serão utilizados 920 novos veículos e mais 130 radares móveis”. Ainda segundo o governo federal, as ações serão voltadas para “motociclistas, alta velocidade, ultrapassagem e consumo de bebida alcoólica”.

A operação, que consiste em intensificação da fiscalização, ocorrerá entre os dias 19 de dezembro e 31 de janeiro de 2014 e será retomada de 21 de janeiro a 9 de março do ano que vem.

De acordo com o Ministério da Justiça, a operação Rodovida irá envolver cerca de 7,5 mil policiais rodoviários federais nos pontos de fiscalização nas estradas do país. A estimativa da Polícia Rodoviária Federal é que a operação custe R$ 1,5 milhão.

Os trechos detectados pela PRF são aqueles onde houve o maior número de acidentes graves durante este ano. O índice, segundo o ministério, foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

Mortalidade nas estradas

De acordo com o Ministério da Justiça, desde a primeira edição da operação, realizada entre os anos de 2011 e 2012, a taxa de mortes nas estradas para cada um milhão de veículos caiu 24,5%, “apesar de a frota ter aumentado 17,5%” entre 2011 e 2013.

Em entrevista à imprensa para divulgar a operação, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que é preciso “avançar mais” no “endurecimento” da fiscalização.

“O governo tem feito sua parte do ponto de vista de políticas, programas e ações, mas isso, só, não é suficiente, se não houver a adesão de toda uma sociedade, assumindo essa bandeira que está sendo provocada, mas que deve ser, sem duvida nenhuma, assumida pela sociedade para mudar esse quadro que nós temos no país”, afirmou.

Aguinaldo Ribeiro falou ainda sobre a decisão do governo de obrigar montadoras a vender veículos no país com air-bag e freio ABS. “Nós vamos ter a partir de janeiro, carros comercializados no Brasil, aqueles zero quilômetro, com os itens de segurança [freio] ABS e air-bag saindo de fábrica, ou seja, não serão itens opcionais, serão obrigatórios em todas as linhas”, completou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que é preciso que os cidadãos se conscientizem sobre as regras de trânsito, não dirijam alcoolizados e “respeitem a vida”.

“Nós fizemos uma metodologia de fiscalização de estradas concentrada nesses trechos [os 100 identificados], mas é claro que não afasta a fiscalização em todo o resto da malha viária. Otimizamos os recursos, colocando mais efetivo, todo o efetivo da Polícia Rodoviária Federal, para que não deixemos trechos descobertos, mas nós nos concentremos mais nestes trechos”, disse Cardozo.

Para o ministro, o governo federal está “cuidando para melhorar” a legislação de trânsito. “Mas a gente precisa do apoio do cidadão, do motorista e da motorista brasileira. Sem o cidadão, nós podemos fazer o esforço que quisermos que não chegaremos a patamares adequados de redução [do número de acidentes]”, completou.

Questionado sobre qual seria o motivo para as rodovias com maiores índices apresentarem tais resultados, o ministro afirmou que “não há uma resposta uniforme”.

Segundo ele, “cada trecho possui uma especificação”. “Não é uma situação única para todos. Ela depende de cada trecho e de cada situação”, disse Cardozo.

Fonte.: G1

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