Chico da Boleia entrevista o Presidente da Mercedes-Benz do Brasil.

Confira na íntegra a entrevista exclusiva.

Chico da Boleia: Philipp, vamos falar primeiro de mercado. Nós começamos 2014 já embalados com 2013, ou seja, vendendo caminhões. Como você acha que será este ano para o mercado de caminhões?

Philipp Schiemer: Eu acho que vai ser um ano bom. A gente sabe que temos os indicadores tão importantes para o nosso mercado como a agricultura, a safra deve ser muito boa este ano. Por exemplo, aqui em Mogi-Mirim a gente já sente os efeitos da safra de cana. E a gente tem também indicadores das obras de infraestrutura que estão acontecendo e que vão empurrar o nosso mercado. Ao final, também a Copa do Mundo vai criar um consumo adicional. Todos esses ingredientes mostram que vamos ter um ano bom.

Chico da Boleia: Nós sabemos que o agronegócio é um ponto importante para o segmento de transporte e a gente tem informação de que, ano após ano, recordes são batidos, fora as áreas que ainda podem ser plantadas. Você acha que esse bom momento pode durar mais alguns anos?

Philipp Schiemer: A agricultura sempre é muito importante para o nosso segmento e a gente vê uma produtividade e um avanço muito forte aqui no Brasil. Sem dúvida que esse movimento vai continuar e também não temos nenhuma contra indicação em relação a isso. A gente acha que isso vai ser muito bom para o nosso mercado.

Chico da Boleia: Temos dados de 2013 que mostram que a Mercedes-Benz ganhou muitas posições no ranking entre as vendedoras de caminhões. Ao que isso se deve?

Philipp Schiemer: A gente logicamente está disputando um mercado que eu diria acirrado, então todo mundo quer ganhar. Mas a gente está mais focado em fazer o nosso trabalho bem feito. O que isso quer dizer? Que, primeiro, temos que ter os produtos adequados e no passado já tivemos lançamentos e melhorias em produtos que vamos continuar este ano. Por outro lado a gente quer ser sempre mais ágil, estar mais perto do cliente. Eu acho que o mercado já está sentindo isso. Isso é muito importante para o sucesso, por isso hoje também estou aqui para falar diretamente com os concessionários e ouvir diretamente deles quais são os problemas e onde nós podemos melhorar.

Chico da Boleia: E a relação da Mercedes com as montadoras que estão vindo de fora? O Brasil é a bola da vez para caminhões. Estamos com cinco montadoras chegando e fazendo fábrica aqui no país. De alguma forma isso preocupa ou isso faz bem para o mercado?

Philipp Schiemer: É uma realidade que a gente não pode mudar. Logicamente a gente aceita que novos concorrentes venham, mas nós sabemos também que é muito difícil ter sucesso aqui no Brasil. É fácil vender o primeiro caminhão, mas vender o segundo, o terceiro caminhão, aí complica. Por isso nós estamos confiantes e também porque temos uma estrutura muito boa que funciona e que os outros ainda têm que montar e isso vai levar um tempo. Por isso eu acho que nem todos os que estão abrindo agora vão estar aqui em alguns anos.

Chico da Boleia: No ano passado houve o Global TechMastersTruck, competição mundial da montadora, e a região foi consagrada com o Bob, Fernando Henrique da Cruz, técnico em sistemas de chassi, da Irmãos Davoli, que ficou com o segundo lugar. O que isso representa para o Brasil e para a relação que a montadora tem com o Grupo Davoli?

Philipp Schiemer: É uma disputa mundial que nós fazemos e onde nós escolhemos os melhores técnicos. A gente está muito contente em ter uma equipe brasileira disputando e ter um sucesso muito bom, que mostra que no Brasil existe gente muito bem capacitada para os nossos produtos e que nosso treinamento realmente funciona. Quem quer aprender pode aprender! Dou os parabéns ao Bob que ficou em segundo lugar. Nós ficamos muito contentes.

Chico da Boleia: Para 2014 e 2015 deve haver lançamentos? O que tem de preparação para o mercado?

Philipp Schiemer: Nós vamos, este ano, continuar retrabalhando os nossos produtos. Nós vamos daqui a pouco lançar o nosso Atego 2430 Econfort que é o primeiro semipesado com câmbio automatizado que para nós vai ser um passo muito importante para o futuro. Porque para este tipo de caminhão a aplicação do cambio automatizado a gente acha que tem grandes benefícios. Fora isso nós vamos também melhorar a nossa linha de extrapesados. Agora o Actros acaba de ter uma possibilidade maior ao FINAME então isso torna o produto mais competitivo (leia a notícia aqui). E nesse sentido eu acho que nós vamos avançar este ano bastante em produtos.

Chico da Boleia: Dentre os produtos que você tem, qual o que está melhor posicionado no mercado?

Philipp Schiemer: Eu acho que nós temos vários campeões de venda. Eu destaco o Axor na aplicação off -road, onde no modelo 3344 nós temos uma liderança absoluta. Também nossos caminhões para construção civil, os Atron 2729 que tem um posicionamento muito bom. Esses são os produtos mais fortes, mas este ano nós queremos atacar mais no segmento do caminhão rodoviário (6×2 e 6×4). Esse vai ser nosso foco para este ano.

Chico da Boleia: Para o caminhoneiro, para quem está na beira da estrada no dia a dia, vocês pensam em criar alguma atividade, alguma ação voltada diretamente pra esse público? Afinal, no Brasil, existem 1 milhão de autônomos, é um mercado muito grande. O que vocês pensam para esse setor?

Philipp Schiemer: É uma boa pergunta. Primeiro nós estamos trabalhando junto com as outras entidades como a ANFAVEA. Eu acho que nós temos que trabalhar para ter uma renovação da frota desses caminhoneiros para que eles possam ter acesso aos novos caminhões, que tem uma tecnologia muito melhor, mais conforto, mais segurança. Isso é uma coisa que nós já estamos trabalhando. Em segundo lugar, nós estamos também vendo como nós podemos nos aproximar mais desse público do motorista de caminhão e estamos trabalhando e pensando em como fazer isso de uma maneira interativa, para que eles tenham mais contato conosco e para que nós tenhamos mais contato com eles. Porque nós sabemos que este é um público muito interessante e muito importante pra nós.

Chico da Boleia: Para encerrar, o João Davoli é um empresário de visão, mas ele só tem um defeito: é torcedor do Santos. E você, torce pra quem no Brasil?

Philipp Schiemer: Eu sou são-paulino, não sei se isso é melhor pra você. Quando eu cheguei aqui pela primeira vez em 1991, o São Paulo estava muito bom com Telê Santana e com o Raí, aí eu gostei do clube e desde então estou torcendo (risos).

Chico da Boleia: Não vamos causar nenhum impasse internacional por causa disso (risos). Bom pessoal, tivemos a honra de conversar com o Presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp  Schiemer.

Chico da Boleia, orgulho de ser caminhoneiro.

Transcrição: Larissa Jacheta Riberti

Redação Chico da Boleia

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