Motoristas se dividem sobre maior rigor da legislação

Gabriela Bilo/Estadão

O aumento do rigor na legislação de trânsito, com aplicação de multas e penas mais severas, divide opiniões entre os motoristas da capital paulista. Enquanto os favoráveis comemoram a possibilidade de dirigir em rodovias e avenidas mais seguras, os opositores questionam a eficiência da medida e criticam o fortalecimento de uma “indústria da multa” no País.

 Entre os que concordam com as mudanças está a autônoma Juliana Bonavita, de 29 anos. “Quando mexe no bolso, as pessoas repensam sua conduta no trânsito”, diz. Sua visão também é compartilhada pelo taxista Ivanei Cardoso, de 34 anos. “Se eu fosse cometer alguma imprudência, passaria a pensar duas vezes.”

 O caminhoneiro Clóvis Prado, de 52 anos, acredita que as alterações não devem trazer grandes melhorias. Na opinião dele, é preciso investir em medidas que melhorem a educação das pessoas. “Para as autoridades é mais fácil cobrar dinheiro do que resolver o problema de fato. Isso não favorece ninguém, só a eles.” Seu colega de profissão Henrique Fernandes, de 52 anos, concorda: “Nada muda, é só motivo para arrecadar mais dinheiro”, avalia.

 Para a instrumentadora cirúrgica Silviane Neves, de 40 anos, campanhas de conscientização seriam mais eficientes. “Não é por causa de uma multa de R$ 2 mil ou de R$ 10 mil que as pessoas vão parar de cometer infrações”, diz.

 O caminhoneiro Humberto Marçal, de 40 anos, também está reticente. Por causa dos pontos acumulados, ele teve a habilitação suspensa no ano passado. “Dependo dela, é meu instrumento de trabalho.” Segundo Marçal, a lei deveria rever a situação de motoristas profissionais. “Dirigimos o tempo todo, não podemos ser tratados como motoristas comuns.” Atualmente, o condutor precisa receber 20 pontos ou mais para ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.

Exceção

A maior rigidez na punição de rachas é vista positivamente por quase todos os motoristas. “Nesse ponto, acho 100% correto. Carro não foi feito para disputar corrida”, afirma Marçal. Entre as poucas ressalvas, o taxista José Carlos Felipe, de 66 anos, diz ser preciso uma fiscalização mais ostensiva para garantir a aplicação da lei. “A polícia conhece os locais e os horários dos rachas, então, precisa inibir”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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