Novo PSI pode derrubar vendas em 2015

PEDRO KUTNEY, AB

No apagar das luzes de 2014 o governo finalmente apresentou as novas condições para 2015 do PSI, linha de financiamento de investimentos do BNDES que no Brasil é responsável por financiar de 70% a 80% das compras de caminhões e ônibus. Apesar de ser uma resposta aos sucessivos apelos dos fabricantes, que aguardavam as novas regras para poder planejar o ano, as notícias não são boas: as taxas de juros subiram substancialmente e, mais importante, o banco de fomento não irá mais financiar 100% do bem, como vinha ocorrendo. Apesar de os juros ainda serem atraentes, a necessidade de entradas de 30% (pequenas e médias empresas) ou 50% (grandes empresas) deve inviabilizar parte importante dos negócios, com potencial para provocar nova queda no mercado de caminhões, que este ano já recua 12%.

As regras do PSI em 2014, que terminou na primeira semana de dezembro, liberavam financiamentos de 100% do valor do bem para compra de caminhões e ônibus, com taxa de 6% ao ano. Em reunião extraordinária na sexta-feira, 19, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou o juro da linha para 10% ao ano no caso de grandes empresas, 9.5% aa para pequenas e médias empresas e 9% aa na modalidade Pró-Caminhoneiro, destinada a autônomos. O valor máximo financiável do bem passou a ser de apenas 50% para corporações de grande porte, e de 70% para as pequeno e médio portes. O prazo é de 72 meses (seis anos), com seis meses de carência para iniciar os pagamentos. No caso do Pró-Caminhoneiro, são 96 meses (oito anos), com carência de 24 meses (dois anos).

Os recursos do PSI destinados a financiar caminhões e ônibus em 2015 somam R$ 16,8 bilhões, mais R$ 1,4 bilhão para o Pró-Caminhoneiro.

Embora o PSI ainda represente a linha mais barata possível para compra de caminhões e ônibus no País, as novas regras vão contra o que vinha sendo pleiteado pelos fabricantes, que avaliam ser fundamental o financiamento de 100% do bem, pois sem isso o negócio requer o desembolso de recursos que a maioria das empresas de transporte não têm. Muitos diziam também que qualquer taxa acima de 7,5% a 8% também poderia afugentar muitos compradores.

Segundo justificou o Ministério da Fazenda, com necessidade de fazer ajustes fiscais e cortar gastos, o Tesouro Nacional não irá mais subsidiar os empréstimos do BNDES em 2015, o que tornou necessário aumentar as taxas cobradas pela instituição. Nesse sentido, também foi elevada a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) de 5% para 5,5% ao ano, que é usada como base para diversas linhas de financiamento do BNDES, inclusive o Finame destinado à compra de caminhões e ônibus, que com as tarifas de retorno e remuneração dos agentes financeiros deverá ter custo total ao tomador de 12% a 13% ao ano em 2015.

 
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