​O transporte como prioridade

​O transporte como prioridade

 As rodovias do Brasil apresentam uma grave situação que aumenta os custos logísticos e os riscos a toda a população. Milhares de pessoas perdem a vida nas estradas brasileiras. Só em 2013, nas rodovias federais, foram mais de 8.000 mortes em mais de 180 mil acidentes.

Os números da última Pesquisa CNT de Rodovias são preocupantes e apontam problemas em mais de 60% dos trechos avaliados. Para reverter esse quadro, são necessárias medidas, como aumentar o volume de investimentos, conseguir investir os valores autorizados, priorizar obras essenciais e ter visão sistêmica sobre o setor.

Em 2015, começa uma nova fase no país, com mudanças no Executivo e no Legislativo. No dia em que foi reeleita, a presidente Dilma Rousseff firmou o compromisso de abrir o diálogo e instituir mudanças no Brasil. É isso que o setor de transporte espera. Que a presidente, em seu novo mandato, esteja aberta a ouvir o setor sobre quais são as demandas para as rodovias e os outros modais (ferroviário, aquaviário e aéreo). Que o transporte possa ser visto como prioridade em seus planos de ação.

Recentemente, a CNT divulgou o documento “O que o Brasil precisa em transporte e logística”, contendo as propostas da confederação para os candidatos à Presidência. O documento é baseado em estudos da CNT, com destaque para o Plano CNT de Transporte e Logística 2014, que indica a necessidade de quase R$ 1 trilhão para melhorar a infraestrutura de transporte no país. Nesse documento, estão as recomendações para que ocorra inovação, transformação e dinamização do transporte e da logística. É necessário e urgente adequar e expandir a infraestrutura e tomar medidas importantes para haver redução de burocracia e de custos.

De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2014, há diversas situações preocupantes, como aumento no número de pontos críticos (quedas de barreiras, buracos grandes e outros), curvas perigosas sem sinalização, pavimento destruído em alguns trechos. Ampliar investimentos e conseguir aplicar de fato os recursos disponíveis são grandes desafios. É preciso reinventar a forma de gerenciar. O Plano CNT de Transporte e Logística 2014 indica a necessidade de mais de R$ 290 bilhões somente para as rodovias. Nos últimos anos, o governo tem conseguido investir cerca de R$ 8 bilhões por ano em rodovias.

O modal corresponde a mais de 60% do transporte de cargas e a mais de 90% do transporte de passageiros. A CNT identificou a necessidade de mais de 600 intervenções, entre construção, adequação, duplicação, pavimentação e recuperação do pavimento. Obras de duplicação da BR-262, BR-251, BR-116 e BR-135 estão entre as de destaque. Rodovias em bom estado de conservação são fundamentais para o desenvolvimento do país, para a redução de acidentes e para a sustentabilidade.

Clésio Andrade

Fonte: CNT / Blog do caminhoneiro

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