Governo corta recursos do Finame-PSI

Com baixa procura, programa é encerrado mais cedo este ano

max-caminhc3b5esO mais importante programa de financiamento para compra de veículos comerciais, responsável por viabilizar de 70% a 80% das vendas do segmento no País, o Finame-PSI sofreu novo golpe na sexta-feira, 23, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que reduz em R$ 30,5 bilhões os recursos destinados à linha de crédito do BNDES, que caiu de R$ 50 bilhões para R$ 19,5 bilhões, considerando todas as operações. Para o caso específico de caminhões e ônibus novos, a fatia voltada a grandes empresas teve o limite reduzido de R$ 8 bilhões para 1,8 bilhão; para micro, pequenas e médias empresas o valor caiu de R$ 8,8 bilhões para R$ 5 bilhões; e o Procaminhoneiro, destinado a autônomos, foi cortado de R$ 1,4 bilhão para apenas R$ 151 milhões. 

Ao mesmo tempo, na prática o CMN também encerra o PSI mais cedo este ano: o programa continua valendo até o fim de dezembro, mas só serão aprovados os contratos daqueles que entrarem com o pedido de empréstimo até o próximo 31 de outubro. A modalidade de requisição simplificada do PSI, em que o tomador aprova o financiamento no banco repassador mais rapidamente, já foi cancelada na segunda-feira, 26. 

Em comunicado, o Ministério da Fazenda justificou a medida devido à baixa procura pela linha, que até setembro passado somou apenas R$ 6,8 bilhões, considerando todas as modalidades do PSI, que também contempla a aquisição de máquinas industriais, entre outros bens de capital. Como os recursos do PSI vêm do Tesouro Nacional, o governo decidiu usar a sobra do dinheiro e encerrar o programa mais cedo para cobrir o rombo fiscal, conforme já confirmou em evento na terça-feira, 27, o ministro Joaquim Levy. 

O tombo na procura pelo PSI para compra de caminhões e ônibus já era esperado desde o início de 2015, quando o governo reduziu bastante a atratividade da linha, aumentando a taxa de juros do programa de 6% ao ano para 10% (grandes empresas), 9.5% (pequenas e médias) e 9% (Procaminhoneiro), além de reduzir a parcela financiável, que era de 100% do valor do bem, para apenas 50% no caso de corporações de grande e 70% para as de pequeno e médio portes. O prazo máximo de 120 meses caiu para 72 meses (seis anos), com seis meses de carência para iniciar os pagamentos. A partir de março, as montadoras fizeram uma composição, oferecendo parte do financiamento pelo PSI e outra pelo Finame-TJLP, que tem taxas variáveis. 

A linha continuou a ser a mais barata do mercado, mas a retração da economia, aliada ao grande volume de antecipação de compras em 2014 para aproveitar as condições de financiamento mais favoráveis, acabou por reduzir muito a procura pelo PSI este ano. Com problemas de caixa, tudo indica que o governo deve acabar de vez com o programa nos moldes atuais, passando a oferecer só o Finame-TJLP a partir de 2016.

fonte: AB

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