Paralisação de caminhoneiros preocupa setor portuário

Movimento nacional não conta com apoio de entidades locais. Empresas temem bloqueios e ameaças

A paralisação nacional dos caminhoneiros, prevista para a próxima segunda-feira (9), preocupa empresários e autoridades do Porto de Santos. Há o temor de que bloqueios nas estradas impeçam a chegada de mercadorias no cais santista e motoristas sejam ameaçados.

 Os caminhoneiros se juntaram a, pelo menos, quatro movimentos sociais que se organizam pela internet. Eles pedem, entre outras coisas, a redução do preço do óleo diesel, a criação de um frete mínimo e a renúncia da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe. A aposentadoria dos profissionais após 25 anos de contribuição e a liberação de linhas de financiamento para veículos também estão entre os pedidos da categoria.
 O movimento é organizado na página do Comando Nacional do Transporte, no Facebook, que conta com mais de 26 mil pessoas. “Essa decisão do nosso movimento se ampara, principalmente, no fato de que o Governo não atendeu reivindicações fáceis de serem atendidas, como, por exemplo, a anulação das multas referentes à manifestação passada, bastando pra isso no máximo 15 minutos de boa vontade da Presidência e do Ministro da Justiça. Provaram que não se importam com nossa categoria, que já esta massacrada pelos exploradores dos grandes grupos multinacionais”, diz um comunicado.

Apesar da movimentação nacional, em Santos, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) não pretende participar do manifesto. A informação é do consultor portuário Sérgio Aquino.

“Não é um movimento local. As lideranças locais não estão envolvidas. É um momento delicado, de queda na movimentação de cargas, em que qualquer movimento prejudicaria o segmento e os próprios trabalhadores”, destacou Aquino.

Lideranças dos caminhoneiros no Porto de Santos não estão envolvidas na organização do protesto

 De acordo com o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, José Eduardo Lopes, havia a preocupação com uma manifestação de caminhoneiros ontem. Mas protestos ocorreram apenas em Guarujá, por conta de uma disputa comercial.

“Desde que (o movimento) foi anunciado, procuramos conversar com todo mundo. Nossa orientação é procurar antever qualquer problema, evitando impactos para a Cidade. E, se houver, que sejam mínimos, breves e localizados”, afirmou Lopes.

Preocupação

 “O Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários) vê com preocupação o movimento nacional anunciado pelos caminhoneiros, em especial no que se refere ao transporte de cargas no Porto de Santos, o que poderá afetar as operações portuárias, e espera que as autoridades competentes encontrem uma solução ao caso”, destacou o presidente da entidade patronal, Roberto Teller.
 Já o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, aguarda, com preocupação, mais informações sobre a paralisação de segunda-feira. Para ele, há o temor do bloqueio de estradas e, também, de que motoristas sofram algum tipo de violência.
 “Pode ser que algumas transportadoras optem por não colocar caminhões na rua para não serem depredados. Mas, por enquanto, o que temos são muitos boatos”, afirmou.
 Procurada, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou, através de sua assessoria de imprensa, que a Guarda Portuária (Gport) aguarda a confirmação do movimento. Caso ele realmente aconteça, a corporação deve reforçar o efetivo e direcioná-lo para pontos estratégicos do cais santista.
Fonte: A Tribuna / Via: Caminhões e carretas

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