Gerenciamento de risco para o transporte: Saiba como inteligência e tecnologia podem aumentar o lucro e evitar perdas financeiras

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Atualmente, o número de cargas e veículos roubados nas rodovias brasileiras vem crescendo sistematicamente, o que leva transportadores e caminhoneiros a buscarem estratégias para driblar prejuízos.

No setor do transporte rodoviário de cargas, tanto as empresas como os caminhoneiros autônomos estão sujeitos a diversos riscos. O mais preocupante deles é, sem dúvida, o roubo de cargas. Na Transposul deste ano, realizada na cidade de Porto Alegre durante o mês de julho, o Coronel Paulo Roberto Souza, consultor do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul – SETCERGS, apontou para o crescimento do número de roubos nas rodovias brasileiras.

Na ocasião, Souza também frisou a importância de trabalhar em conjunto com os sindicatos, poder público e privado para criar estratégias de combate ao roubo de veículos e cargas. Desde o começo deste ano, várias comissões têm sido criadas para trabalhar neste sentido.

A decisão mais concreta em relação ao tema foi tomada neste mês de setembro, quando o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei Estadual nº 15.315/2014, que determina a cassação da inscrição no cadastro de contribuinte do ICMS de estabelecimentos que comercializem produtos roubados ou furtados.

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A partir da publicação deste decreto de regulamentação, a empresa que adquirir, distribuir, transportar, estocar, revender ou expor à venda produtos frutos de crime, ficará proibida, pela Secretaria da Fazenda, de exercer atividade comercial.

“Agora, fechamos o ciclo do crime de roubo e furto de cargas. Porque se combatemos a receptação e a venda, por conse-quência, combatemos o roubo de cargas em si. Não existe roubo de cargas sem receptação”, explicou o governador durante evento realizado no Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).

Segundo a nova regra, não somente os receptadores serão punidos, como já o são criminalmente, mas todo o comerciante que participar da cadeia de escoamento do produto roubado para o mercado consumidor também será punido administrativamente.

A cassação da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS impede os proprietários de exercerem o mesmo ramo de atividade, pelo prazo de cinco anos. Também são impedidos de pedir a inscrição de nova empresa pelo mesmo período.

“A partir de agora temos instrumento legal para punir aquele que vender produto roubado. Além de pagar uma multa de duas vezes o valor do produto roubado, terá a inscrição no cadastro do ICMS cancelado e não poderá mais operar no Estado de SP. Nós fizemos isso no setor de combustíveis e também no setor de peças usadas de automóveis, com a lei do desmanche”, lembrou Alckmin.

A decisão foi comemorada pelos membros do Setcesp e por outras entidades do estado de São Paulo, representativas tanto de empresas como de autônomos. No entanto, a nível nacional, as medidas para coibir os roubos ainda são eficientes, bem como são poucas as estratégias para reparar os caminhoneiros e as empresas dos prejuízos sofridos.

Como forma de driblar os perigos, transportadores e caminhoneiros tem apostado na implementação do chamado “gerenciamento de risco”. Mas, no que consiste essa ferramenta?

De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Engenheiro de Produção, Paulo Fernando Fleury, “administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de aspectos. Estas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos; decisões estratégicas, e decisões operacionais”.

O pesquisador explicar que “as decisões estratégicas se caracterizam pelos impactos de longo prazo, e se referem basicamente a aspectos estruturais. As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a dia dos responsáveis pelo transporte”.

“São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no transporte: escolha de modais; decisões sobre propriedade da frota; seleção e negociação com transportadores; política de consolidação de cargas. Dentre as principais decisões de curto prazo, podemos destacar: planejamento de embarques; programação de veículos; roteirização; auditoria de fretes; e gerenciamento de avarias.”, explica Paulo Fernando.

Assim, do ponto de vista da organização estratégica da atividade do transporte rodoviário de cargas, ambas as decisões podem ajudar na melhoria dos negócios e na otimização das atividades.

Dentre as decisões estratégicas fundamentais a serem tomadas por empresas modernas está o monitoramento continuo das operações. Nesse sentido, softwares, mecanismos de controle, relatórios, GPS, dentre outras ferramentas podem ser utilizadas na rotina das empresas e dos caminhoneiros.

Atualmente, e principalmente por causa do avanço tecnológico, existem instrumentos que permitem gerenciar grande parte das atividades logísticas empregas. Os sistemas eletrônicos de pagamento, já disponibilizados por empresas especializadas e operadoras de cartão estão facilitando o pagamento de frete, bem como a utilização do dinheiro pelos autônomos, evitando a prática ilegal da “carta frete”.

Também existem softwares e aplicativos específicos para o gerenciamento da frota, evitando falhas na manutenção, controlando o consumo de combustível, os gastos com pneus e outros itens essenciais dos veículos. Tal tecnologia evita transtornos com quebras, além de aumentar a segurança do motorista e de terceiros, evitando acidentes.

Nessa mesma linha de aplicações tecnológicas para o transporte, o gerenciamento de riscos é um processo de gestão que abrange toda a cadeia de movimentação, transporte, distribuição e armazenamento de cargas. Bem como citado acima, a aplicação da tecnologia e da inteligência busca evitar perdas financeiras e avarias.

Diante de um crescente de roubo de cargas, os transportadores têm utilizado vários artifícios para burlar os receptadores. As normas e procedimentos nesse sentido vão desde os horários de viagem dependendo da distância, local de paradas para abastecimento, descanso, pernoite, até a tecnologia utilizada que deve se adequar às rotas e aos diversos tipos de carga, sendo que algumas cargas são mais visadas do que outras.

Vale frisar que a norma internacional que regula as diretrizes dos sistemas de gerenciamento de riscos em geral é a ISO 31000. Portanto, uma gestão de risco eficaz deve atender os seguintes princípios:

• Proteger e criar valor para as organizações.

• Ser parte integrante de todos os processos organizacionais.

• Ser considerada no processo de tomada de decisão.

• Abordar explicitamente à incerteza.

• Ser sistemática, estruturada e oportuna.

• Basear-se nas melhores informações disponíveis.

• Estar alinhada com os contextos internos e externos da organização e com o perfil do risco.

• Considerar os fatores humanos e culturais.

• Ser transparente e inclusiva.

• Ser dinâmica, interativa e capaz de reagir às mudanças.

• Permitir a melhoria contínua dos processos da organização.

Além disso, de acordo com a empresa de consultoria Venki, as finalidades da implementação de um sistema de gerenciamento de risco são:

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Assim, o gerenciamento de riscos aplicado ao transporte rodoviário de cargas pode utilizar ferramentas como rastreamento, treinamento, planejamento, escolta e, monitoramento para evitar roubos e prejuízos. Além disso, a tecnologia aplicada pode ajudar a traçar rotas mais seguras e atualizadas de acordo com as estatísticas de segurança das rodovias brasileiras. O planejamento das atividades também evita que o motorista fique exposto à longas esperas para embarque e desembarque.

Existem inúmeras empresas no mercado que oferecem soluções e sistemas para gerenciar os riscos tanto para uma empresa quanto para o caminhoneiro autônomo que não quer correr nenhum perigo. Além dos mecanismos de proteção convencionais, como as seguradoras ou associações de caminhoneiros que tem como objetivo proteger os assegurados em caso de furto ou roubos, esses sistemas ajudam no planejamento, na execução e na administração do transporte, do recebimento e entrega carga e no processo logístico em geral.

Se você é um transportador ou caminhoneiro autônomo que se interessa por esse tipo de recurso, o ideal é se informar e consultar qual sistema se adequa melhor a cada tipo de atividade. Também é fundamental verificar se o sistema de gerenciamento de risco segue as exigências e especificações da norma de qualidade ISSO 31000.

Redação Chico da Boleia

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