Diesel acumula alta de 24% e preocupa caminhoneiros; “pequenos terão que mudar de setor”, diz líder

A Petrobras anunciou, na quinta-feira (18), aumento de 0,2% para o preço do diesel comercializado nas refinarias. Na quarta-feira (17), houve redução de 0,4% no combustível, que, em Mato Grosso, já chega a R$ 4,12, de acordo com levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural (ANP).

Preparando-se para a safra da soja, que começa agora e se intensifica no final do mês, os caminhoneiros do Estado se mostram preocupados com as altas, já que, 70% do valor dos fretes é destinado ao abastecimento dos veículos.

Embora tenha sido constatado volume positivo de carregamentos ao longo de 2017, o ano fechou com queda de R$ 10 por tonelada transportada. Isso corresponde a uma média atual de R$ 80 a R$ 88 por tonelada num trecho de Lucas do Rio Verde (320 km Cuiabá) a Rondonópolis (215 km de Cuiabá), por exemplo. Logo, equacionando a alta no combustível e a queda no preço do frete, o setor aponta a necessidade de aumento de 30% nos repasses aos profissionais.

A avaliação é do líder do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, que defende a definição de um piso para a categoria. “Se o frete não for valorizado, a previsão para o ano é péssima. Certamente os motoristas pequenos, autônomos ou funcionários de pequenas empresas, que são as maiores vítimas, vão ter que mudar de setor”, afirmou.

Hoje, de acordo com ele, não existe uma negociação do frete, é tudo individual. Então, as garantias são apenas para os negócios fechados direto entre os donos de grandes frotas e as trades. Ao Agro Olhar Baitaca destacou que o alto valor do diesel afeta também o produtor, uma vez que cada hectare de lavoura demanda um gasto médio de 50 litros do Combustível. “A cadeia inteira acaba sendo prejudicada”, diz.

No ano passado os caminhoneiros chegaram a se mobilizar em protestos Brasil afora contra as altas, motivadas pelo aumento na alíquota do PIS/Cofins. Por aqui, algumas rodovias permaneceram com bloqueios por até uma semana. As exigências, entretanto, não foram atendidas.

“O setor, que ainda mostrava alguma resistência no ano passado, está mais desunido agora. Graças a manifestações mal sucedidas e articulações políticas, muitas lideranças foram desmotivadas. Me refiro a presença de deputados e políticos no geral que aparecem nos protestos querendo agendar reuniões em troca do desbloqueio das estradas. Os manifestantes cedem e as reuniões não resultam em nada.”

Desde o início da nova política da Petrobras, o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumula alta de 26,5% e o do diesel, valorização de 24,23%, segundo o jornal Valor Econômico. O Estudo da ANP considera o período entre 7 e 13 de janeiro consultou os preços em 93 postos espalhados por Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Cáceres, Rondonópolis, Sinop e Sorriso. Entre os estabelecimentos, o valor mínimo constatado foi de R$ 3,39, na Capital. O máximo, já mencionado, é encontrado em Alta Floresta.

Fonte: Olhar Direto

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