O Rei dos Extrapesados

As vésperas da Fenatran 2019, Roberto Leoncine conta sobre mercado, tecnologia e expectativas da Mercedes

As vésperas da edição 2019 da Fenatran – o principal evento voltado ao segmento de transporte rodoviário de cargas da América Latina – conversamos com Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes Benz, líder de vendas no mercado de caminhões do Brasil desde 2016.

A equipe Chico da Boleia foi recebida na planta industrial de São Bernardo do Campo, em entrevista exclusiva, porém sem sucesso na tentativa de antecipar novidades da marca para a feira, que ocorrerá de 14 a 18 de outubro, em São Paulo, com expectativa de público superior a 60 mil pessoas.

“Tem bastante coisa, mas não podemos contar. Só antecipo que para a Fenatran deste ano iremos apresentar coisas ligadas aos caminhões e novidades não ligadas a eles, mas que irão interagir com os veículos”, contou Leoncini, em tom enigmático.

Para nós, apaixonados pelos brutos, resta a ansiedade do futuro, uma vez que estamos falando da marca líder de vendas no mercado nacional – ultimamente a Mercedes vem conquistando-o apostando em veículos para o agronegócio (os extrapesados são hoje os que mais vendem) e em parceria com startups do setor.

Confira o bate-papo entre Chico da Boleia e Roberto Leoncini:

CHICO: Já que não podemos falar de Fenatran, conte para gente um pouco sobre 2019. Que avaliação a Mercedes faz desse primeiro semestre? Como estão as vendas?

ROBERTO: Estão indo bem, especialmente dentro da nossa proposta que continua tendo como mote “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve”. É o terceiro ano de liderança de mercado, e em todos os meses continuamos como a marca mais vendida. Isso mostra que estamos no caminho certo, escutando as estradas, através das transportadoras, dos motoristas, operadores de logística e geradores de carga. Além disso, o mercado de 2019 é melhor, e já temos um crescimento em torno de 44,44%. Aqui é importante dizer que não cresceu de modo uniforme uma vez que o segmento de leves ainda deixa a desejar e não apresentou variação significativa em relação ao ano passado. Isso ocorre porque é uma categoria muito ligada ao volume transacionado no varejo. Já o semipesado vem crescendo e o extrapesado é, de novo, o carro chefe.

CHICO: E o que isso quer dizer?

ROBERTO: Eu costumo falar que é preciso fatiar o bolo para entender os sabores. O crescimento vem do extrapesado e dentro da categoria você tem os veículos fora de estrada, que são os de carga de cana, madeira, mineração, construção, e tem o rodoviário, que são os caminhões que estão a maior parte do tempo na estrada. Hoje, o puxador são os rodoviários ligados ao agronegócio.

CHICO: Esse cenário está dentro do esperado?

ROBERTO: Acho que sim. Estávamos muito atentos ao que aconteceu na política em 2018. E este ano, com a reforma da previdência, se o Senado vota a favor, no nosso ponto de vista, além de outras iniciativas do Governo, poderão ajudar a economia a crescer ainda mais a partir de 2020. Além do mais, sempre digo que é melhor ser otimista do que ser pessimista.

CHICO: Recentemente, nós do Chico da Boleia gravamos uma entrevista com vocês, o pessoal da Jamef e da EATON, sobre a frota de Accelos com câmbio automático. Nós sabemos que os motoristas de caminhões no Brasil tem um carinho muito grande pelas tradições com a profissão, em especial com a escolha do veículo e, como em toda profissão popular, os mitos sempre surgem. Como o mercado tem visto este tipo de mudança?

+ Confira a matéria Accelo 2019 com câmbio automatizado Eaton – Jamef/ Mercedes

ROBERTO: Os automáticos vão facilitar muito para os motoristas que fazem trechos urbanos. Aqueles que incluem subir e descer a todo o momento – muito comuns em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. O manual acaba sendo estressante e o automatizado leve veio para resolver esse problema.

Agora, é natural ter uma fase de adaptação. Há 31 anos a gente escutava restrição para mudar do radial para diagonal, então é normal que existam dúvidas. Porém, o que oferecemos é total segurança e controle, de forma a ampliar a sensação de dirigibilidade do veículo, com a transmissão automatizada, e a possibilidade de colocar no manual caso ele ou ela goste de pisar na engrenagem . O motorista tem os dois mundos na palma dele.

CHICO: Recentemente, através de parceria com a Gruner, ocorreram as primeiras entregas dos semi autônomos. Conta mais?

ROBERTO: Desenvolvemos em parceria com a Gruner, que é uma startup do seguimento agrícola, e ficamos bem satisfeitos já nas primeiras entregas. Nós da Mercedes temos nossa experiência, mas não podemos ignorar que tem muita gente boa trabalhando com desenvolvimento e nós queremos fazer parte através de parcerias, como a exemplo da Gruner, que está tendo uma aceitação super boa na colheita de cana de açúcar. Agora queremos trilhar outros caminhos.

CHICO: Se “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve” qual a resposta da marca para o caminhoneiro autônomo que sonha com uma aprovação de crédito para a compra de um novo ou um semi novo?

ROBERTO: Esse é sempre o grande desafio, tentamos reinventar a roda e buscar alternativas. Estamos com parceiros na TruckPad, por exemplo, numa tentativa de enxergar o valor da receita do autônomo para análise diferenciada de crédito, para que ele possa trocar o seu caminhão de 20 anos de estrada, por um com até 5 anos. Porém, com o cenário do Brasil, não são só autônomos que estão com problemas de crédito e nós precisamos construir o crédito, seja através do Banco Mercedes, de nossos representantes e de outras maneiras legalmente possível, e isso já estamos fazendo.

TEXTO: Redação Chico da Boleia | FOTO: Divulgação Mercedes-Benz

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