Lista com os caminhões mais potentes do Brasil feitos em série traz principalmente modelos com motores de seis cilindros em linha. Mas tem representante com motor V8 também
Nos anos 80, o mercado brasileiro registrou um grande salto no que se refere à oferta de caminhões mais potentes. Esse período foi marcado pela chegada da Volvo ao Brasil, com o N10.
O modelo bicudo tinha motor de 263 cv – uma baita potência para os padrões da época. O que se via nas estradas nacionais eram caminhões com motores de, em média, 180 cv.
Dez anos depois, os caminhões mais potentes do Brasil já tinham cerca de 300 cv, um aumento de mais de 50%. Na virada do milênio, quanto mais potência a linha de produtos entregasse, maior era o destaque da fabricante.
Consultor em planejamento estratégico e desenvolvimento de empresas, Sergio Gomes diz que a relação peso-potência dos caminhões em 1980 era de 6 cv por tonelada. Naquela época, os caminhões rodoviários tinham implementos de, no máximo, três eixos e capacidade de carga de até 40 toneladas.
Segundo Gomes, com o advento do bitrem de sete eixos, a capacidade de carga saltou para 56 toneladas. Isso fez surgir a necessidade da oferta de motores mais fortes e capazes de deslocar tanto peso.
“O Contran determina que, para cada 1 tonelada transportada, são necessários 6 cv. Com o aumento das capacidades de carga com o uso de bitrem ou rodotrem, os caminhões ganharam motores mais potentes e com torque mais alto”, afirma o engenheiro de produto da Scania, Alexandre Carvalho.
O torque também aumentou bastante. Em quatro décadas, a força dos motores passou de cerca de 96 mkgf para em torno de 265 mkgf.
Caminhões mais potentes x eficiência
A introdução do turbo foi um elemento importante para melhorar o desempenho e a eficiência dos motores. E, para atender as normas do Proconve 5 (equivalente ao Euro 3), foi preciso adotar soluções eletrônicas e melhorar a eficiência dos motores.
A partir daí, a evolução foi ainda maior. A potência média passou a 400 cv ao mesmo tempo em que novas regras começaram a valer para o transporte, como as composições com capacidade para até 74 toneladas de carga.
No Proconve P7, além da redução de emissões e do consumo de combustível, o transportador tinha a seu favor caminhões mais potentes. Nessa fase, os motores passaram a gerar, em média, cerca de 500 cv.
Preparamos uma lista com os 10 caminhões mais potentes à venda no Brasil.
Volvo FH 750 8×4
O caminhão da Volvo é também um dos mais caros do País. Com preço em torno de R$ 1 milhão, o modelo é importado da Suécia e só é vendido no Brasil por encomenda.
O modelo trator é direcionado ao transporte especial, chamado de carga indivisível. Seu motor é o D16, de seis-cilindros em linha, com potência de 750 cv de 1.600 a 1.800 rpm e torque de 361,9 mkgf de 1.050 a partir de 1.400 rpm. Com isso, sua Capacidade Máxima de Tração (CMT) é de 250 toneladas.
O câmbio é a automatizado I-Shift de 12 velocidades com escalonamento igual ao dos demais rodoviários da marca. O freio-motor VEB+ tem o maior poder de frenagem da categoria, de 580 cv. Os eixos traseiros têm redutor nos cubos de roda direcionados à composições configuradas em 8×4.
Scania R620 6×2/ 6×4 / 8×4
O Scania R 620 é o único espécime com motor de arquitetura em V de 8 cilindros em produção no Brasil. O R 620 na versão 6×2 tem motor de sobra e agrada os cegonheiros, categoria que mais compra o modelo.
Na versão 6×4, o caminhão é direcionado às atividades fora-de-estrada, como mineração. Na configurado 8×4, o modelo atende bem o transporte de carga indivisível. Colabora com isso o PBT de 50 toneladas e a CMT de 250 toneladas.
O Scania tem motor DC 16 17 de 8 cilindros em “V”, com potência de 620 cv a 1 900 rpm e torque de 305,9 mkgf entre 1.000 e 1 400 rpm. O câmbio é automatizado Opticruise de 12 velocidades mais duas superlentas, com overdrive opcional.
Entre os diferenciais técnicos há freio auxiliar retarder hidráulico direcionado na configuração 8×4. O sistema permite que o modelo rode supercarregado em baixas velocidades.
Iveco Hi-Way 560
O Hi-Way 500 é o modelo da Iveco mais utilizado para operações rodoviárias direcionadas ao agronegócio. Seu motor Cursor 13 gera 560 cv de potência e 255 mkgf de torque. Esse propulsor é ideal para transporte de longo curso.
O câmbio, fornecido pela ZF é o 16AS 2630 TO. Essa transmissão automatizada, batizada de Eurotronic, tem 16 velocidades à frente e duas a ré.
Na linha 2020 o caminhão recebeu várias atualizações. Com a renovação visual, o modelo vendido no Brasil ficou mais parecido com o oferecido na Europa.
Volvo FH 540
O FH 540 é o caminhão pesado mais vendido do Brasil. Até novembro, o Volvo somou 6.360 unidades emplacadas no País.
É oferecido nas configurações 6×2, 6×4 e 8×4. A maior demanda é pelo cavalo-mecânico traçado, por atender o agronegócio. Seu motor de 13 litros desenvolve potência de 540 cv entre 1.450 e 1.900 rpm e torque de 265 mkgf de 1.050 a 1.450 rpm.
Nessa configuração de motor o caminhão é adequado para atrelar “bitrenzão” ou rodotrem de 9 eixos com PBTC de 74 t.
A Volvo oferece a tecnologia I-See que ajuda o motorista a conduzir de forma econômica. O sistema “lê” o trajeto por onde o caminhão passa e quando retorna ao mesmo local, reconhece o percurso. Dessa forma, pode ajustar a entrega de potência e “escolher” a marcha mais adequada para garantir a redução do consumo de diesel.
Scania R540
Com a nova geração, a Scania também apostou em um motor de 540 cv de potência. A maior demanda da linha deverá ser, de acordo com informações da marca, para a versão 6×4. Esse motor está disponível para o tipo de cabine e configuração de eixo que o transportador desejar.
Uma das principais novidades na evolução do motor da Scania é a injeção de combustível multiponto de alta pressão. O sistema alimenta a câmera de combustão com múltiplas configurações de injeção. Entre os tipos estão a pré-injeção, para aquecer a câmera, e a pós-injeção, que finaliza a queima de diesel e reduz a emissão de poluentes.
Mercedes-Benz Actros 2653
A alta potência dos caminhões chegou à Mercedes-Benz. A marca agora tem a opção de 530 cv na família de pesados. O MB OM 471 agora tem versão com potência de 530 cv a 1.600 rpm. O torque também é novidade, 265 mkgf de 1.100 rpm.
Esse motor vai trabalhar com a mesma transmissão que é equipada nos caminhões pesados da Mercedes, família Actros e Axor. Trata-se da MB G 291-12, chamada Powershift de 12 velocidades.
Além do novo motor, essa versão do Actros tem a opção de ser equipado com câmeras no lugar dos retrovisores externos tradicionais.
DAF XF 520
O caminhão mais veloz da DAF foi lançado para atender a resolução do Contran 663/17. Essa resolução era referente à combinação de veículo de carga (CVC), com 11 eixos e peso bruto total combinado (PBTC) de 91 toneladas. Mas ela não vingou por levar em conta a segurança e o estrago que esses veículos fariam nas rodovias devido ao peso.
Por tamanha robustez, o XF ficou apto para atender operações fora-de-estrada. O motor do modelo é o Paccar MX-13, de 12,9 litros, de 520 cv de potência e 255 mkgf de torque. A transmissão é a ZF AS-Tronic de 16 velocidades automatizada. Essa caixa ganhou nova calibração com mais reduzidas e mais torque para que ofereça a mesma performance nos terrenos on-road e off-road.
DAF XF 105 510
O XF 105 510 é o caminhão mais vendido da DAF e está entre os cinco caminhões pesados mais vendidos até novembro, com 2.681 unidades.
O motor é o Paccar MX-13 com potência de 510 cv de 1.500 a 1.900 rpm e o torque de 255 mkgf de 1.050 a 1.410 rpm. Esse propulsor junto com a transmissão ZF As-Tronic Direct Drive de 12 velocidades e duas a ré.
Mercedes-Benz Actros 2651
O Actros 2651 é a versão de topo da linha mais vendida pela Mercedes. Seu motor OM-460 gera 510 cv de potência a 1.800 rpm e torque de 245 mkgf a 1.100 rpm.
Nos últimos dois anos, esse caminhão vem conquistando clientes que atuam no transporte de grãos e fazem longas viagens rodoviárias. O câmbio é automatizado Powershift de 12 marchas.
Scania R 500
O Scania R 500 é o segundo modelo mais vendido da marca no Brasil em 2019, com 2.509 unidades emplacadas até novembro, segundo dados divulgados pela Fenabrave. O modelo perde apenas para o R 450, que somou 5.113 unidades emplacadas no mesmo período.
O caminhão e indicado para operações de longas distâncias rodoviárias. E, na configuração 6×4, pode puxar composições de 28 metros de comprimento e com capacidades de até 50 toneladas de carga líquida, os chamados Rodotrens de nove eixos.
O motor é o Scania de 13 litros, que desenvolve potência de 500 cv a 1.900 rpm e tem torque: 240 kgfm a 1.200 rpm.
Volvo FH 500
O FH 500 é o terceiro caminhão mais vendido da Volvo. Teve 1.200 unidades emplacadas até novembro. Perde apenas para o FH 540, que encabeça a lista dos mais vendidos da marca, e para o FH 460, que até novembro somou 4.240 vendas.
Esse caminhão tem na versatilidade seu maior destaque. Pode ser oferecido nas configurações de tração 4×2, 6×2, 6×4, 8×2 e 8×4. O motor é o Volvo de 13 litros, que desenvolve potência de 500 cv de 1.400 a 1.900 rpm, e torque de 255 mkgf de 1.050 a 1.400 rpm. O câmbio automatizado I-Shift de 12 marchas é série no modelo.
Fonte: Estradão
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