Setor de transporte muda para se adequar à nova realidade imposta pela pandemia

O setor de transporte e logística, no Brasil e no mundo, foi fortemente abalado pela pandemia do novo coronavírus e teve que passar por inúmeras adaptações nos últimos meses, mas nem todas as transformações podem ser consideradas negativas. Algumas delas vieram para responder às demandas do contexto de crise e garantir a sobrevivência do setor no cenário pós-covid-19.

Divulgada nesta sexta-feira (31), a nova edição do informe Transporte em Movimento, da CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra que as mudanças nos padrões de mobilidade urbana, de cadeias de suprimento globais e de consumo digital vêm contribuindo para consolidar um setor mais desenvolvido e com potencial mais colaborativo.

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A publicação da CNT cita que a pandemia afastou as pessoas do transporte público nas cidades e levou a uma priorização de deslocamentos por meios de transporte em que não há a necessidade de compartilhamento de espaços fechados. Mas a análise da CNT aponta que esse cenário não é definitivo e registra que o abandono do transporte público não é uma alternativa viável sob o ponto de vista urbanístico, social ou ambiental.

Em lugares como a Itália, o Reino Unido e a África do Sul, já vêm sendo testados aplicativos que possibilitam aos passageiros reservar um lugar no ônibus quando necessitarem realizar um deslocamento, assegurando a lotação conforme parâmetros de segurança sanitária.

O informe destaca também que o cenário atual chamou atenção para a necessidade de cadeias de suprimento globais mais ágeis, capazes de responder, de forma eficiente, às rápidas transformações. Nesse sentido, a CNT ressalta a importância da adoção de procedimentos digitalizados nas transações entre empresas e nas documentações exigidas por lei, sem aumento da burocracia.

No âmbito do e-commerce, em função do aumento do número de compras online, as empresas de logística estão operando em ritmo acelerado, comparável ao de períodos como a Black Friday. Nessa linha, para minimizar o impacto do aumento da demanda no tempo de entrega, algumas empresas incrementaram sua quantidade de entregadores, e houve uma ampliação da corrida pela chamada last mile – que, em uma cadeia logística, é quando a mercadoria chega ao consumidor final.

Na avaliação do presidente da CNT, Vander Costa, a velocidade dessas transformações foi acelerada pela pandemia, mas, em tempos normais, o ritmo com que as exigências do mercado estão se alterando está cada vez mais intenso. “Este é o momento para aproveitarmos aquilo que foi positivo e garantir que esse ‘novo normal’ seja marcado por um sistema de transporte de qualidade, eficiente e adequado às realidades locais e por uma logística ágil e confiável. Tudo isso se reflete em ganhos para a economia e, consequentemente, para a sociedade.”

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