A Intermodal South America, o maior e mais completo evento das Américas para o setor de transporte de carga, logística, intralogística e comércio exterior, preparou uma programação bastante especial para os visitantes e expositores.
Na tarde desta terça-feira, 05 de março, o Painel de Abertura “Perspectivas para o Transporte e Infraestrutura Brasileira” reuniu autoridades e especialistas para debaterem as alternativas e soluções em intermodalidade a nível nacional.
Compuseram o painel Mariana Pescatori, Secretária Executiva do Ministério de Portos e Aeroportos; Vander Costa, Presidente da CNT; e Hélio Roberto Silva de Sousa, Diretor de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário. As falas foram mediadas por Pedro Moreira, Presidente da Abralog.
O painel foi iniciado com a fala de Vander Costa, Presidente da CNT, para quem o evento é uma grande oportunidade de integrar os modais e fomentar um planejamento a partir da intermodalidade.
“É preciso combater a ideia de que os modais são concorrentes. O Brasil não é um país apenas rodoviário, há uma complexidade importante nos meios de transporte que se reflete, por exemplo, nas atividades do agronegócio. A atuação do Brasil nessa área mostra como é necessário integrar os modais de transporte para melhorar a eficiência na cadeia logística”.
Costa também destacou que o desafio da infraestrutura brasileira, nesse atual momento, é conseguir orçamento para viabilizar os investimentos. “Para que possamos ter resultado, precisamos investir como fazem países como China e Índia. O teto de gastos foi necessário num dado momento, mas é hora de incrementar o orçamento para consolidar as obras de infraestrutura e a trafegabilidade no Brasil”, sublinhou o presidente da CNT.
Mariana Pescatori, do Ministério de Portos e Aeroportos, afirmou que o governo brasileiro tem retomado os investimentos nos modais, com o objetivo de aumentar a eficiência no escoamento e na produção. Isso se deveu, em grande medida, ao crescimento do PIB.
“Vimos como no último ano tivemos um grande progresso em termos de PIB e isso tem uma relação direta com o crescimento da área de transporte e logística. Temos uma perspectiva de que pelo menos 13% do PIB venha desse setor e isso representa um impacto significativo na geração de emprego e renda. Então para o Ministério é sempre esperado que continuemos investindo nessas áreas, tanto com recurso público quanto privado”.
Para Pescatori, a recomposição orçamentária tem sido fundamental para os investimentos em portos. “Efetivamente temos uma retomada de investimos públicos no setor portuário bastante relevantes. Temos uma expectativa bastante significativa quanto a hidrovia do Paraná Paranaguá e do Madeira.”, concluiu Pescatori
Hélio Roberto Silva de Sousa também destacou a necessidade dos investimentos públicos na área dos transportes par o desenvolvimento regional e do setor. “O investimento público, principalmente em ferrovias, não pode ser deixado de lado. O governo é um garantidor, um agente de fomento desses investimentos e isso confere confiabilidade e segurança, inclusive para estimular que o setor privado também invista nos nossos projetos”.
Para Hélio, o Ministério dos Transportes tem identificado algumas necessidades através das quais é possível alavancar os investimentos em infraestrutura.
“Para que o setor de ferrovias avance no Brasil é preciso pensar num triangulo de políticas públicas: a primeira tem a ver com a parte fiscal, a financiabilidade das ferrovias, por exemplo. Nesse sentido, a experiência de outros países mostra que ferrovias estruturantes requerem investimento público. A segunda questão diz respeito ao portfólio normativo, que dê segurança jurídica para os investimentos. Nesse sentido, estamos arrumando as autorizações e portarias que normatizem o transporte de passageiros e cargas. Assim, os marcos jurídicos precisam ser condizentes com as operações, linhas e necessidades. Por fim, é preciso que o Ministério e as instituições públicas tenham um banco composto por projetos com maturidade para receber investimento público e privado”.
As palestras e debates que acontecem na Intermodal fazem parte de uma agenda que integra, ainda, o 2o Interlog Summit, a Conferência Nacional de Logística e o Congresso Intermodal. Não perca um só detalhe da nossa cobertura nas redes sociais e site.
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