Redação Chico da Boleia – Leticia Knibel
O Maio Laranja é um movimento criado para a conscientização sobre o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. O dia 18 é dedicado a campanha nacional sobre o tema, como forma de mobilizar a sociedade para garantir a segurança e a dignidade dos menores de idade.
Dados do projeto MAPEAR, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em parceria com a Childhood Brasil, revelaram que no país, de janeiro a maio de 2023, foram registrados 5.731 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes em rodovias federais.
Durante operações realizadas pela PRF nos locais identificados como vulneráveis, agentes resgataram 138 menores em situação de vulnerabilidade. Além disso, 102 pessoas foram detidas e ocorrem ainda 11 flagrantes de crimes de exploração sexual.
“Dentre as consequências do envolvimento com a exploração sexual podemos citar o comprometimento do desenvolvimento físico, psicológico e social e o maior risco de serem contaminados por doenças sexualmente transmissíveis (DST), como AIDS, além de usarem bebidas e drogas. Muitas vezes menores de idade deixam de frequentar a escola, engravidam e assumem comportamentos que podem colocar sua vida em perigo, com alto índice de tentativa de suicídio”, revela o projeto.
Segundo o Mapear, o aumento do número de veículos circulando e o crescimento do número de estabelecimentos formais e informais às margens das rodovias federais são fatores sociais que não estão ligados diretamente com a exploração sexual de crianças e adolescentes, mas influenciam na vulnerabilidade e no número de pontos levantados pela iniciativa.
A situação é crítica. De acordo com a Childhood Brasil, o país ocupa o segundo lugar no ranking de exploração sexual de menores, ficando atrás apenas da Tailândia.
Você sabe diferenciar o abuso sexual da exploração?
O abuso sexual, geralmente, não envolve dinheiro; acontece quando uma criança ou adolescente é usado para estimulação ou satisfação sexual de um adulto, podendo ou não possuir contato físico; é, normalmente, imposto pela força física, pela ameaça ou pela sedução; pode acontecer dentro ou fora da família.
A exploração sexual pressupõe uma relação de mercantilização, na qual o sexo é fruto de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes; crianças ou adolescentes são tratados como objetos sexuais ou como mercadorias; pode estar relacionada a redes criminosas.
Dentre as formas de exploração estão a pornografia, tráfico para fins sexuais, exploração sexual agenciada (quando há terceiros intermediando) e exploração sexual não agenciada (geralmente em troca de um bem, drogas ou serviços).
Saiba com denunciar
PRF – disponibiliza o telefone 191 para a população denunciar suspeitas ou ocorrências de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes nas rodovias do país;
Ministério de Direitos Humanos e Cidadania – disponibiliza para todos o Disque 100, canal ativo 24 horas por dia (inclusive nos fins de semana) para o recebimento desse tipo de denúncia. As ligações podem ser feitas de qualquer lugar do Brasil, gratuitamente;
As denúncias podem ainda ser feitas diretamente nas delegacias das cidades, para o Ministério Público, para o Poder Judiciário e também para o Conselho Tutelar.
*com informações da Childhood Brasil e Projeto Mapear
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