Avaliação de motoristas para a profissão sobe 0,3 ponto e alcança nota 2 de 5 em dois anos

(Imagem: reprodução/Canva)

Com o objetivo de informar a sociedade sobre as condições de trabalho dos caminhoneiros no Brasil e os impactos de determinados acontecimentos na sua rotina profissional, a logtech Freto anuncia o resultado da segunda edição do Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas. O levantamento foi realizado com 383 motoristas pelo Brasil, durante os meses de junho e julho deste ano, e apontou que os condutores atribuíram nota 2 de 5 para a profissão. Em 2022, primeira vez que o estudo foi elaborado, a nota havia sido 1,7.

De modo geral, os caminhoneiros avaliaram sete temáticas consideradas pelo Freto como primordiais para o bom exercício da profissão – e as notas partiram de 0 (péssimo) a 5 pontos (excelente). A partir disso, chegou-se a uma média dentro de cada tema e, posteriormente, à média geral que resulta no Índice de Satisfação.

Confira o resultado:

Tema 2022 2024
Segurança nas Estradas 1,49 1,08
Preço do combustível 0,92 1,38
Pontos de parada e descanso 1,84 1,75
Volume de trânsito 2,0 1,87
Condição das Estradas 1,73 1,89
Preço do frete 2,0 2,75
Carga horária de trabalho 2,4 3,35

Em relação à Segurança nas Estradas, metade dos caminhoneiros avaliaram com nota zero o atual cenário e 32% dos condutores deram notas 1 e 2 – resultando na pior média entre os temas abordados (1,08). O Preço do Combustível, embora tenha aumentado em 0,46 ponto a média em relação a 2022, ainda é uma grande insatisfação dos profissionais da categoria: um terço avaliou com nota zero e 44% com notas 1 e 2.

“No campo da segurança, além das medidas de combate ao roubo de cargas, estão envolvidos outros cuidados como a própria sinalização, conservação e iluminação das estradas. Sobre combustível, o fato de seu preço depender inclusive de fatores externos não tira nossa oportunidade de fazer algo. As empresas podem reduzir o impacto da má avaliação desses dois itens com estratégias logísticas mais eficientes, que ajudem a gerenciar melhor os riscos e a diminuir custos operacionais. A transformação da logística brasileira caminha nessa direção”, destaca Thomas Gautier, CEO do Freto.

Condição e Disponibilidade de Pontos de Parada e Descanso (1,75), o Volume de Trânsito (1,87) e Condição das Estradas (1,89) continuaram sendo reprovados pelos motoristas em 2024.

No entanto, pela primeira vez, duas categorias foram avaliadas acima da média 2,5 estipulada pelo Índice. 77% dos condutores avaliaram com notas entre 3 e 5 a Carga Horária de Trabalho (2,75), enquanto 65% avaliaram com as mesmas notas o Preço do Frete (3,35).

“Esse otimismo pode ser um reflexo do impacto das novas tecnologias à disposição dos caminhoneiros. Existem softwares que impedem que motoristas façam jornadas acima da carga horária estipulada por uma transportadora, por exemplo, mitigando a exaustão e ocorrência de acidentes. E aplicativos de frete, cada vez mais inseridos na rotina de caminhoneiros autônomos, ajudam esses profissionais a acharem cargas sem terem que rodar vazios. Assim, passamos a lidar com uma logística que simplifica processos, aumenta as margens dos motoristas e impulsiona a eficiência do transporte”, ressalta Gautier.

De acordo com o último levantamento da Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran), o Brasil perdeu mais de um milhão de motoristas em uma década, o que representa uma redução de 20%. Para o CEO do Freto, com a nova forma de realizar o transporte rodoviário de cargas, é imprescindível olhar para a Estrada como uma oportunidade de construir algo mais sustentável, que representa um novo caminho para as organizações e para os profissionais conectados de ponta a ponta da logística.

“Se nas empresas há um debate intenso sobre a valorização dos talentos, por que na Estrada seria diferente? No Dia do Caminhoneiro, queremos propor uma logística feita por pessoas para pessoas, que envolve o bem-estar pessoal, o desenvolvimento da carreira, o senso de propósito, a saúde, o equilíbrio e uma série de fatores que, com certeza, contemplam a segurança dos motoristas. É o que chamo de Humanologística”, reforça o executivo.

Comentarios