O mercado de transporte rodoviário tem vivenciado grandes transformações nos últimos anos, especialmente com a digitalização dos processos impulsionada pela pandemia de Covid-19. A evolução dos meios de pagamento digitais no setor representa um divisor de águas em termos de eficiência e sustentabilidade.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (ABEPAM), o número de pessoas que utilizam tags automáticas para o pagamento de despesas com veículos aumentou 50% entre março de 2020 e julho de 2023. Esse aumento reflete a crescente busca por redução de custos, segurança nos pagamentos e melhoria da experiência do usuário. No setor de transporte rodoviário, esses benefícios são igualmente importantes. As tags desempenham um papel crucial na melhoria da eficiência das operações, na confiabilidade dos dados e na inovação, especialmente com a adoção do free flow, um sistema de pagamento de pedágios sem cancela que promete revolucionar o setor.
Contudo, são várias as questões atreladas ao pagamento de despesas para o setor de transporte rodoviário e uma delas tem como figura principal o caminhoneiro, que precisa ter a certeza de que vai receber pelo valor do frete prestado, e o embarcador, que necessita evitar multas e penalizações. No contexto de fatores que impedem essas garantias necessárias, principalmente ao profissional da estrada, cito a carta frete. Em junho de 2010, esse documento foi considerado ilegal pela Lei 12.249, e em 2011 a ANTT estabeleceu a Resolução 3.658 proibindo o pagamento por meio dela, podendo resultar em multas e penalidades tanto para quem contrata quanto para quem transporta. A digitalização é uma saída nesse caso, ao contribuir para a formalização e segurança das operações do setor.
Grande parte do transporte no Brasil é feito por caminhões, e esse cenário não deve mudar nos próximos anos. Portanto, é essencial aumentar os investimentos em melhorias, beneficiando tanto as empresas quanto os profissionais. A digitalização está em crescimento, com praticamente todo caminhoneiro possuindo um smartphone e se tornando mais adepto aos meios digitais. Uma pesquisa da Edenred Repom, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, identificou que 52% dos caminhoneiros preferem ser contatados pelo WhatsApp e por mensagens de áudio, sendo o mensageiro instantâneo o principal canal transacional. Atualmente, já é possível conectar o WhatsApp por APIs, integrando-o a qualquer software.
O mercado de transporte rodoviário se movimenta rapidamente, e é necessário agregar valor às modalidades de pagamento disponíveis para os clientes, incrementar soluções e otimizar a relação com os caminhoneiros. É preciso ir além dos requisitos legais, oferecendo experiências que facilitem a vida de todos os usuários dos meios de pagamento nas estradas, agregando mais benefícios ao ecossistema logístico. Isso inclui viabilizar a digitalização, automação, redução de custos, otimização do fluxo de caixa e diminuição de fraudes e desvios. O transporte rodoviário precisa ser vantajoso tanto para quem paga quanto para quem recebe o frete.
Atuar no mercado de transporte rodoviário vai além de contratar motoristas e pagar fretes. É essencial oferecer segurança e integrar todas as partes envolvidas, tornando o sistema mais harmônico. O setor precisa de soluções que facilitem a vida tanto dos embarcadores quanto dos caminhoneiros, que muitas vezes estão rodando pelas estradas ou em locais distantes de um ponto físico. A tecnologia aplicada aos meios de pagamento e o uso inteligente dos dados gerados por transações aumentam a assertividade na resolução das demandas logísticas. O setor precisa de soluções eficientes e sustentáveis que acompanhem a evolução do mercado e possibilitem decisões mais estratégicas, ajudando o setor a mover para o bem de todos.
Texto: Vinicios Fernandes – Diretor da Edenred Repom
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