São Paulo e Rio Grande do Sul estão na briga pela montadora chinesa Foton

O Estado de São Paulo está perto de ter mais uma montadora. A chinesa Foton Aumark, representada no Brasil pelo ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, deve tomar a decisão de onde será a sua unidade no país, nas próximas duas semanas.

“As conversas ocorreram com vários estados, a decisão estava tomada, era o Rio Grande do Sul. Mas, com a demora no acerto de alguns detalhes, São Paulo entrou novamente na briga. Agora, os dois estados disputam a subsidiária”, disse uma fonte próxima da negociação.

O projeto da fábrica foi totalmente revisto pela Foton Aumark e pela montadora na China. Isso porque, os executivos chineses e brasileiros identificaram um potencial maior do mercado no país e agora a fábrica vai produzir uma linha completa de caminhões, desde os semi-leves aos extrapesados.

Divulgação Merluzzi: “O projeto ganhou corpo e vamos investir R$ 250 milhões e produzir até 50 mil por ano”

“Essa reformulação fez o nosso projeto ganhar corpo e com isso tivemos de aumentar os investimentos iniciais. Vamos investir agora R$ 250 milhões e não mais R$ 200 milhões como prevíamos”, disse o vice-presidente da Foton Aumark, Orlando Merluzzi.

A unidade brasileira terá capacidade na primeira fase do projeto para produzir 21 mil caminhões por ano e entrará em operação no final de 2015. Segundo o executivo, nessa etapa serão montados aqui no país veículos da categoria semileve a médio.

“Depois, em 2018, vamos aumentar essa capacidade para 50 mil unidades/ano e passar a montar os caminhões mais pesados. O Brasil tem um potencial enorme para esses veículos por conta da economia brasileira, das obras de infraestrutura programadas. Não é um projeto para dar errado”, disse Merluzzi.

Segundo ele, a fábrica vai contar com um condomínio de fornecedores para abastecer a linha de montagem. Inicialmente, completou o executivo, a montadora contará com fabricantes de autopeças nacionais e depois, a Foton poderá intermediar a vinda de empresas chinesas para integrar condomínio.

“Vamos ser uma fábrica completa, não vamos montar em regime de CKD (apenas de montagem). Até porque o InovarAuto não beneficia aquele fabricante que escolher essa modalidade de produção”, disse. “As novas regras são extremamente importantes para que o projeto se concretize, mas precisamos definir a questão da fábrica para sermos beneficiados com as cotas de importação na produção”.

Pelo InovarAuto, as novas fabricantes podem importar uma cota de até 50% da capacidade de produção sem a penalidade dos 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“Como o projeto aumentou, a Foton pode ter um parceiro estratégico no financiamento da fábrica. Pode ser um fundo de investimento. A companhia está avaliando essa possibilidade”, disse a fonte próxima à negociação. Quem vai aplicar os recursos no projeto será o sócio brasileiro. A Foton China não será sócia da fábrica. “Parte dos recursos serão obtidos junto à instituições financeiras”, disse Merluzzi.

Fonte: Economia Ig

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