Aumenta o número de ataques contra jornalistas no país

Segundo a Abert, o total de casos, com uma ou mais vítimas, foi de 145 (somente no ano passado), o que representa em média 2,7 casos por semana. (Foto: reprodução/Freepik)

Aumenta o número de ataques contra jornalistas no país

No dia Nacional da Liberdade de Imprensa, profissionais do setor lutam para manter sua credibilidade em meio a ameaças e ao combate diário as fake news

Redação Chico da Boleia

De acordo com o relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), divulgado em março deste ano, 230 profissionais da imprensa foram vítimas de violência não letal no país em 2021, revelando um aumento de 21,69% em comparação a 2020.

Segundo a Abert, o total de casos, com uma ou mais vítimas, foi de 145 (somente no ano passado), o que representa em média 2,7 casos por semana. O relatório ainda destaca que foram registradas 53 ofensas, 34 agressões, 26 intimidações, 12 ameaças, 8 atentados, 6 injúrias, 4 ataques/vandalismo, 1 censura e 1 roubo/furto.

Um dos casos mais recentes foi informado pelo portal Congresso em Foco, no qual a editora e jornalista da publicação, Vanessa Lippelt, foi ameaça de morte e estupro. A mensagem, já entregue a polícia, inclui também ameaças a família da profissional e detalhes da arma que seria usada no crime.

No dia em que é comemorada a Liberdade de Imprensa no país, o setor na verdade tem pouco a celebrar, principalmente desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo. Declaradamente contra o posicionamento e trabalho da maioria dos veículos de comunicação brasileiros, Bolsonaro, sozinho, foi responsável por 147 ocorrências registradas contra jornalistas somente em 2021, segundo um levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Ainda de acordo com o relatório, do total de ataques realizados pelo presidente, 129 casos foram de descredibilização da imprensa e 18 agressões verbais.

Os dados divulgados pela Fenaj ainda revelam que a censura é o tipo de violência mais comum sofrida pelos profissionais do setor: 140 ocorrências foram registradas no ano passado, representando 32,56% do total de casos.

O papel da imprensa é levar informação a sociedade, de maneira imparcial e precisa. Sempre ouvindo os lados envolvidos, ajudando a formar opinião e esclarecer dúvidas. Com o aumento das fake news (incluindo as promovidas pelo próprio presidente Bolsonaro), ficou cada vez mais difícil para o jornalista cumprir seu papel, ainda tendo que lidar com as constantes ameaças a sua própria integridade física e mental.

A liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia. Quando ameaça, afeta toda a sociedade, que vê seu direito ao acesso a informação restringido ou negado. O dia de hoje serve de lembrete para a população brasileira da importância do papel da imprensa e da luta diária para manter a democracia, a liberdade de expressão e fazendo valer os direitos da cada cidadão.

Imagem: Freepik
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