Beto Monteiro leva o título de campeão brasileiro da Fórmula Truck

A Scuderia Iveco consagrou-se em todos os sentidos na última etapa do GP Petrobras de Fórmula Truck. Com Valmir Benavides e Beto Monteiro no pódio, a equipe reafirmou o forte trabalho desenvolvido durante toda a temporada 2013.

Valmir Benavides levanta a taça de campeão da décima etapa do GP Petrobras de Fórmula Truck. Junto com ele Roberval Andrade em segundo e Djalma Fogaça em terceiro. Foto: Larissa J. Riberti

A corrida iniciada neste domingo (8) no Autódromo Internacional Nelson Piquet de Brasília tinha o seguinte quadro. Beto Monteiro, então líder do campeonato com 135 pontos, só precisava de um terceiro lugar para vencer. Régis Boessio que estava na segunda colocação com 119 pontos largou em 10o lugar.

Enquanto isso, Felipe Giaffone, o quarto da tabela do campeonato até então com 114 pontos, largou nas últimas posições depois de não completar o treino livre de sábado (7).

O maior perigo era Leandro Totti. O piloto da RM Competições era o terceiro do campeonato com 116 pontos. Com o mal desempenho de Monteiro, Boessio e Giaffone no treino classificatório, Totti viu grandes possibilidades de vencer depois que conseguiu o segundo lugar no Grid de Largada.

E as chances aumentaram ainda mais. Beto Monteiro largou em 21o e, para piorar a sua situação, o pernambucano ainda passou acima do limite de velocidade de 160 km/h no radar e parou na última colocação. “Acabou para o Beto”, alguns pensaram.

Enquanto isso, Paulo Salustiano, da ABF Racing Team, largou em primeiro e manteve a colocação durante as primeiras voltas. Atrás dele vinham Leandro Totti, André Marques, Valmir Benavides, Diogo Pachenki e Roberval Andrade.

Na terceira volta, porém, o caminhão de Salustiano apresentou problemas e o piloto foi forçado a entrar nos boxes, abandonando a corrida e deixando o espaço livre para Leandro Totti assumir a liderança.

Beto Monteiro comemora o título de campeão brasileiro da Fórmula Truck. Foto: Larissa J. Riberti

Régis Boessio, o então vice-líder, a essa altura do campeonato já figurava na quarta colocação. Para a sua infelicidade, no entanto, o dia lhe guardava alguns infortúnios. Boessio também passou acima da velocidade no radar e foi parar em décimo-quarto depois da passagem pelos boxes. O gaúcho, tão guerreiro durante todo o ano, acabaria não completando a prova.

Valmir Benavides, da Scuderia Iveco, mostrou a força do seu caminhão e pressionou Leandro Totti volta a volta. Durante uma volta inteira, o conhecido Hisgué, protagonizou, ao lado – literalmente – de Totti uma disputa eletrizante que fez o público delirar. Atrás deles vinha Roberval Andrade que fez uma corrida estável e figurou entre as primeiras colocações durante toda a prova.

A conquista da primeira colocação veio na 20o volta, quando Benavides conseguiu ultrapassar. No entanto, pouco tempo depois, Totti retomou a liderança. No entanto, o azar parecia estar dentro ao lado do paranaense, pois, na penúltima volta, o caminhão de Totti apresentou problemas e ele foi obrigado a entrar nos boxes. Era o fim da possibilidade de conquistar o primeiro lugar no campeonato brasileiro.

Nesse momento, Beto Monteiro havia conquistado o terceiro lugar, pois Geraldo Piquet também parou por problemas técnicos. Recuperando volta a volta as suas chances de vencer o campeonato, Monteiro espantou o pessimismo dos que haviam acreditado que “tudo estava acabado” e, com raça – e também sorte – conseguiu a posição necessária para conquistar o título.

Os feitos de Monteiro não pararam por aí. Na última volta, o pernambucano tirou o pé do acelerador e, num gesto de companheirismo e reconhecimento, deixou Djalma Fogaça, então quarto lugar, ultrapassar e subir no terceiro lugar mais alto do pódio.

Durante as primeiras voltas um acidente envolvendo quatro pilotos assustou a turma de fotógrafos que se posicionava no fim da primeira reta para registrar os momentos iniciais da corrida.

A bela e emocionante disputa entre Leandro Totti #73 e Valmir Benavides #2. Foto: Larissa J. Riberti

O caminhão de Raijan Mascarello teve uma quebra no radiador e espalhou água pela pista. Jansen Bueno, da DB Motorsport, vinha logo atrás e, com a pista molhada, derrapou, saiu pelo canteiro que faz divisa com a saída do box e atravessou a pista. Imagens da câmera interna do caminhão, mostram que o motor ferveu e o radiador estourou, fazendo com que o piloto abandonasse a corrida.

Simultaneamente, Raijan Mascarello perdeu o controle, rodou na pista e bateu na proteção de pneus do fim da reta, onde estavam os fotógrafos. Felizmente, ninguém se feriu e o quê sobrou foram boas imagens para “contar essa história”.

Além dos dois pilotos, Ronaldo Kastropil e Pedro Muffato também tiveram problemas com o acidente e saíram da pista. Ambos conseguiram continuar a corrida e, com a experiência de dez anos de Fórmula Truck, Muffato mordeu o quinto lugar.

No pódio da décima etapa do Campeonato Brasileiro estiveram então: Valmir Benavides em primeiro, seguido de Roberval Andrade, Djalma Fogaça, Beto Monteiro e Pedro Muffato. Além deles, a ABF Mercedes-Benz, dos pilotos Geraldo Piquet e Welligton Cirino, conquistou o título de melhor equipe durante a temporada 2013.

Na premiação do Campeonato Brasileiro esteve Beto Monteiro no lugar mais alto, Leandro Totti em segundo e o gaúcho Régis Boessio em terceiro lugar. Definitivamente, Brasília não poderia ter proporcionado um espetáculo melhor para os amantes da Fórmula Truck.

Confira o resultado final:

1º) Valmir Benavides (SP/Iveco), Scuderia Iveco, 1h00min10s726

2º) Roberval Andrade (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, a 5s664

3º) Djalma Fogaça (SP/Ford), 72 Sports/Ford Racing Trucks, a 10s075

4º) Beto Monteiro (PE/Iveco), Scuderia Iveco, a 13s064

5º) Pedro Muffato (PR/Scania), Muffatão, a 19s284

6º) Edu Piano (SP/Ford), Território Motorsport, a 20s613

7º) Alberto Catucci (SP/Volvo), ABF/Volvo, a 26s395

8º) Ronaldo Kastropil (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, a 1 volta

9º) Leandro Totti (PR/Volkswagen), RM Competições-MAN Latin America, a 2 voltas

10º) João Marcos Maistro (PR/Volvo), Clay Truck Racing, a 2 voltas

NÃO COMPLETARAM Geraldo Piquet (DF/Mercedes-Benz), ABF Santos, a 10 voltas Adalberto Jardim (SP/Volkswagen), RM Competições-MAN Latin America, a 10 voltas Wellington Cirino (PR/Mercedes-Benz), ABF Santos, a 12 voltas Felipe Giaffone (SP/MAN), RM Competições-MAN Latin America, a 15 voltas Luiz Lopes (SP/Iveco), Lucar Motorsports, a 15 voltas Zé Maria Reis (GO/Scania), Original Reis Competições, a 18 voltas Régis Boessio (RS/Mercedes-Benz), ABF Desenvolvimento Team, a 19 voltas Débora Rodrigues (SP/Volkswagen), RM Competições-MAN Latin America, a 19 voltas. Alex Caffi (ITA/Iveco), Dakarmotors, a 22 voltas Leandro Reis (GO/Scania), Original Reis Competições, a 27 voltas Diogo Pachenki (PR/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, a 28 voltas Raijan Mascarello (MT/Ford), 72 Sports/Ford Racing Trucks, a 28 voltas Jansen Bueno (PR/Volvo), DB Motorsport, a 28 voltas André Marques (SP/Volkswagen), RM Competições-MAN Latin America, a 28 voltas Paulo Salustiano (SP/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, a 29 voltas

 

Larissa Jacheta Riberti para Chico da Boleia

 

 
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