Brasil terá primeira fábrica da Iveco Magirus fora da Europa

SUELI REIS | De Ulm (Alemanha)

Iveco Magirus Super Impact: conceito do modelo que chega em outubro ao Brasil
Após entrar em um novo nicho de mercado no Brasil, o de veículos militares, a Iveco conta com a mesma estratégia de expansão para trazer ao País a produção de mais um de seus produtos no mercado de veículos especiais: a Magirus, adquirida pela montadora na década de 1970 e que produz modelos para uso em combates a incêndio, terá sua primeira fábrica fora da Europa. Com sede em Ulm, cidade do sul da Alemanha, a empresa conhecida mundialmente por suas escadas giratórias terá uma nova linha de produção no complexo de Sete Lagoas (MG) cujas operações estão previstas para iniciar até o fim de 2014.

Antes mesmo da produção local, a Magirus estará presente no País já no próximo mês: há uma semana saiu da Europa uma unidade daquele que será seu primeiro caminhão destinado a um cliente brasileiro: o modelo é o Super Impact 6×6, nova geração do modelo Impact, já existente no portfólio Magirus, baseado sobre a mesma plataforma do Iveco Tector (que na Europa é chamado de Eurocargo). Por meio de um contrato de R$ 140 milhões, este será o primeiro de um lote de 80 unidades que serão entregues à Infraero, empresa pública que administra os aeroportos no Brasil.

“As primeiras unidades serão importadas: até o início da Copa do Mundo (junho de 2014), devemos entregar 69 unidades do Super Impact para atender os aeroportos no Brasil”, conta o diretor de Logística da Magirus para a Alemanha, Thales Maia, executivo de origem brasileira que está na Europa há 12 anos. “Os demais serão produzidos em Sete Lagoas”, completa.

A Iveco aguardará a chegada do primeiro Magirus no Brasil, em outubro, para anunciar detalhes dos seus planos para a marca no País, como investimento para a linha de produção brasileira. Para o CEO da Magirus, Antonio Benedetti, o Brasil e a América Latina representa oportunidade para a empresa: “Com uma população acima dos 500 milhões de habitantes, a América Latina ainda tem uma estrutura muito abaixo da necessidade quando se trata de equipamentos para salvamento, considerando não só incêndios, mas desastres naturais, entre outros. Isso significa que há uma demanda reprimida que os governos devem suprir”, comentou.

Assim como todos os caminhões de prevenção e combate a incêndio da Magirus, o Super Impact é adaptado conforme a necessidade do cliente. No caso do Brasil, o modelo será do tipo caminhão-bomba, com chassi e cabine adaptados para operações em aeroportos. Com capacidade para 11 mil litros de água, 22% a mais que seu antecessor, o veículo leva até três operadores na cabine, um a mais do que a versão anterior.

O modelo é fabricado na nova linha de montagem da Magirus dentro do complexo industrial de Ulm, inaugurado na quinta-feira, 26, e que recebeu investimento de € 35 milhões no último ano para a reconstrução de um galpão que abrigava a montagem do Iveco Stralis, linha transferida para a planta da marca em Madri, na Espanha. Com capacidade para 1,8 mil unidades em dois turnos, atualmente opera em um único turno, para 1 mil veículos por ano. O complexo abriga ainda a produção de toda a estrutura para a montagem de cabines, adaptação de chassi e fabricação das escadas giratórias e articuladas, entre 24 e 60 metros de altura. Além disso, o aporte contemplou ainda a unificação das áreas de engenharia, dando origem ao novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Magirus, que concentra a partir de agora em Ulm as engenharias que funcionavam em outras plantas da marca, na Áustria (que fabrica entre 100 a 120 veículos apenas para o mercado local), e Itália, especializada em caminhões destinados a aeroportos, cuja equipe participou do desenvolvimento do Super Impact, projeto que durou 12 meses.

O complexo de Ulm é responsável pela adaptação, montagem e fornecimento de equipamentos necessários em operações de salvamento para veículos que servem bombeiros de todo o mundo. Monta os três tipos essenciais de veículos – aéreo (com escada giratória – geralmente caminhões médios), caminhão-bomba (veículos para esguichos d’água, sem escada) e de resgate (utilitários leves adaptados e ambulâncias). Além dos modelos Iveco (Daily, Tector, Tracker e Stralis), que detêm 50% da produção, a Magirus conta com flexibilidade para montar veículos especiais sob plataformas de diversas marcas, à escolha de clientes, como caminhões Scania, Mercedes-Benz e MAN.

Além da nova linha de produção, em 2014 a unidade dará início às atividades do chamado Centro Delivery, serviço dedicado ao atendimento ao cliente, que, em visita à fábrica, participará da concepção do veículo, desde a escolha do modelo até o tipo de equipamentos, conforme suas necessidades locais, a exemplo do que a Iveco fez com representantes da Infraero, que conheceram em Ulm o conceito do Super Impact.

Fonte: automotivebusiness

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