Chico verifica: Homem é espancado e morre após ser falsamente acusado de roubo

Chico Verifica: Homem é espancado e morre após ser falsamente acusado de roubo

Vítima de uma fake news, Osil Vicente Guedes foi linchado populares no Guarujá (SP)

Redação Chico da Boleia

No último domingo (07), o Hospital Santo Amaro, no Guarujá (SP), confirmou a morte de Osil Vicente Guedes, trabalhador de 49 anos que foi brutalmente espancado e acusado injustamente de roubar uma moto. As agressões foram registradas por um motorista que passava pelo local. As imagens mostram a vítima sendo arrastada e golpeada diversas vezes na cabeça.

Osil foi socorrido pelo Samu e encaminhado à unidade de saúde no dia 3 deste mês, chegando já inconsciente e intubado. O quadro de Guedes era grave, diagnosticado com traumatismo craniano. Posteriormente, a equipe médica constatou a morte encefálica.

De acordo com testemunhas, as agressões começaram após um grito de “pega ladrão” direcionado à vítima por populares. À polícia, o dono da moto informou que conhecia Osil e havia a emprestado para ele. Até o momento, não há informações sobre os agressores. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) segue investigando o caso.

Não é a primeira vez que uma fake news faz vítimas. No mesmo bairro, há nove anos, um boato que circulava na internet provocou a morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, também linchada por moradores do bairro. Na ocasião, a vitima foi acusada falsamente de sequestrar crianças para a realização de rituais de magia negra.

Nos últimos anos, a escalada do ódio tem como resultado direto a criação e propagação de falsas notícias, principalmente nas redes sociais, bem como em aplicativos de troca de mensagens.

Durante o período da pandemia e da eleição presidencial, foram desenvolvidos projetos de combate as fake news. Além disso, alguns meios de comunicação criaram mecanismos para esclarecer as falsas informações veiculadas.

PL das Fake News

Alvo de polêmicas, o Projeto de Lei 2630/2020 tem como objetivo estabelecer determinadas ações e responsabilizar as big techs com relação ao conteúdo veiculados por meio delas.

O texto tem provocado o debate entre diferentes setores da sociedade devido à regulação das plataformas digitais. Muitos acreditam que a medida é uma forma de censura e fim da liberdade de expressão, principalmente grupos políticos, muitos deles responsáveis por disseminar falsas notícias.

Entretanto, outros entendem que o PL é necessário não só para que as big techs sejam responsabilizadas por permitirem conteúdos inadequados (como discursos de ódio e adesão de grupos radicais nas redes, como os neonazistas), bem como a penalização da prática de crimes online por elas mediados.

Confira os principais pontos do Projeto de Lei:

• Proibição da criação de contas falsas nas mídias sociais para simular a identidade de uma pessoa ou entidade;
• Proibição de uso de ‘bots’, ou seja, contas automatizadas geridas por robôs;
• Limitação do alcance de mensagens muito compartilhadas;
• Determina que empresas mantenham o registro de mensagens encaminhadas em massa durante três meses;
• Exige a identificação de usuários que patrocinam conteúdos publicados, essa seria uma forma de evitar anúncios falsos de golpes financeiros, por exemplo;
• Proíbe que contas oficiais de organizações governamentais ou de pessoas de interesse público (como políticos) bloqueiem contas de cidadãos comuns;
• Criação do Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet, entidade autônoma de supervisão para regulamentar e fiscalizar os provedores;
• Determina que provedoras de redes sociais estabeleçam sedes no Brasil;
• Imposição de sanções ou punições, como advertências ou multas, às empresas que descumprirem as medidas previstas em lei.

*Com informações do G1 e Politize

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