Com PIB em marcha lenta, fluxo de caminhões é o menor desde 2012

Andre Rodrigues/Gazeta do Povo / O movimento de veículos pesados em agosto foi 6,5% menor que no mesmo mês do ano passado. Para especialista, a esperada recuperação da indústria deve elevar o fluxo nos próximos meses

Andre Rodrigues/Gazeta do Povo

As rodovias pedagiadas do país registraram em agosto o pior fluxo de veículos pesados dos últimos dois anos. Desde julho de 2012 não se via um movimento tão fraco de caminhões nas estradas, segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR). O indicador, útil para estimar a tendência do Produto Interno Bruto (PIB), reflete a morosidade da atividade econômica nos últimos meses.

INFOGRÁFICO: Veja a evolução do fluxo de caminhões no Brasil e no Paraná desde 2010

Queda no movimento amplia defasagem do frete

A busca pela manutenção do mercado em um momento de queda no número de pedidos aumenta ainda mais a defasagem no reajuste das tarifas de frete de cargas no país. Segundo um estudo da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), a discrepância chega a 9,66%.

Neste ano, o preço do frete de caminhão teve a menor alta desde 2011, e o aumento médio foi menor que a inflação. O custo da carga fracionada subiu 2,79% e a carga única, 4,85%.

A associação realizou uma pesquisa com 400 empresas do setor e 13,3% dos entrevistados ofereceram descontos aos seus clientes, ao invés de realizarem reajustes. “É uma briga de mercado característica para estes momentos de crise”, diz Sebastião Almagro, membro do conselho de infraestrutura da MV Consultoria.

Segundo o assessor técnico e engenheiro de transportes da NTC, Lauro Valdívia, além da disputa de mercado, a desaceleração do aumento ocorre por causa da estabilidade no preço do diesel, da queda no preço dos caminhões e da desoneração da folha salarial.

“Existem fatores positivos e negativos para a estagnação dos preços, mas ainda existe uma defasagem que desequilibra os custos e receitas”, completa Valdívia.

O índice da ABCR mostra uma queda gradual no fluxo dos veículos pesados, a partir de março deste ano. De julho para agosto, a queda foi de 0,5%. “Coincide com o período em que a indústria se afundou no pior momento da crise. Em julho houve respiro para a atividade industrial, mas, de resto, vemos uma trajetória de enfraquecimento”, afirma a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências, consultoria que auxilia a associação de concessionárias a realizar os cálculos de fluxo.

Segundo a economista, o fluxo mais baixo de caminhões é uma consequência da queda de pedidos de frete, causada pela queda na produção industrial e a desaceleração do comércio. “O índice é mais um dos que funciona como um termômetro da economia no país, assim como os índices de confiança da indústria, consumo de energia e produção de veículos. Todos estão bastante baixos e antecipam que a recuperação econômica pode tardar para acontecer”, completa.

Em relação a agosto do ano passado, o fluxo de veículos pesados caiu 6,5% no país. No acumulado do ano, a queda é de 2,6%.

Os dados do Paraná acompanham o movimento nacional. De janeiro a agosto, a movimentação dos veículos pesados no estado apresentou uma queda de 3,3%. No confronto de agosto com o mesmo mês de 2013, o fluxo caiu 4,3%.

Menos pedidos

Segundo o diretor da transportadora MC Cargas, Marcel Carvalho, a queda no fluxo é reflexo do arrefecimento nos pedidos e até do cancelamento de contratos. “Isso varia muito de empresa para empresa, mas tem clientes que trabalham com dois ou três fornecedores de transporte e estão cancelando parte dos contratos por causa da queda de volume”, afirma.

Segundo ele, isso afeta principalmente transportadoras que atuam como terceirizadas de indústrias que também contam com frota própria. “Essas indústrias ajustam sua logística para depender menos das transportadoras terceirizadas. Com isso, menos caminhões rodam nas estradas”, completa.

Para o membro do conselho de infraestrutura da MV Consultoria, Sebastião Almagro, a indústria deve se recuperar nos próximos meses e, com isso, o movimento nas estradas tende a aumentar. “Ainda serão momentos difíceis, mas o pior momento foi nesta transição de semestre”, completa.

Fonte: GazetadoPovo / Pastrinho

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