Você já deve ter visto várias vezes as placas. Agora a gente conta um pouco da história destes trabalhadores que nem sempre voltam com dinheiro pra casa
O sol das 7h esquentava o surrado guarda-sol que serve de abrigo para Márcio e seus colegas de trabalho. Nas mochilas, roupas para alguns dias, já que o próximo “carreto” pode ser longo e demorado. Na hora do trabalho, sua preferência é por carregar “coisa leve”, como isopor e papel, mas se a carga for pesada, tipo cimento, ou fedorenta, exemplo de um caminhão limpa-fossa, ele “puxa também”.
Álvaro não tirava os olhos de seus dois celulares. Era dali que poderia “ganhar o dia”. Esperava uma ligação, uma mensagem, o que fosse para efetivamente começar a jornada de trabalho. Que começou cedo, às 4h desta quarta-feira, quando ele saiu de casa e caminhou 500 metros até o guarda-sol encravado no acostamento do quilômetro 202 da BR-101, em Barreiros, São José.
É ali que funciona o “escritório” de Márcio Martins, 41 anos, e Álvaro Kaminski, 56. As placas presas na grama indicam o ofício dos dois: “chapa”. Trabalhadores braçais e informais que prestam serviços de carga e descarga de caminhões nas entradas das cidades da Grande Florianópolis. Ajudam também a localizar endereços, seja na zona rural de Palhoça ou em um endereço bucólico do interior da Ilha, por exemplo.
Como Márcio e Álvaro, dezenas de homens madrugam para montar os pontos improvisados ao longo dos trechos mais movimentados da BR-101, todos na expectativa de “uma boa carga”, de “um bom negócio”, de “dinheiro no bolso”. Garantia para isso eles não têm nenhuma, mas o currículo de anos no ofício os credencia, e contatos criados no ramo “salvam os dias”.
— Trabalho como chapa há oito anos, e acho muito melhor do que ter patrão, horário e sempre alguém incomodando. Trabalhei anos com carteira assinada, arrumava ar-condicionado, mas prefiro toda a vida meu trabalho de chapa. Nem sempre a coisa é boa, mas aqui tiro sempre mais de R$ 1 mil por mês — conta Márcio, natural de Florianópolis, que mantém a família com o sustento das jornadas pela BRs do Estado.
Álvaro é um chapa mais recente, começou no ofício há quatro anos. A semana que passou foi das boas, revela, já que em quatro dias de trabalho recebeu R$ 580. Tão produtiva que resolveu “folgar” na última sexta. Esta semana, porém, não tinha conseguido nenhum serviço até quarta-feira pela manhã. Esperaria até o meio-dia, se nada desse certo, ia procurar outro bico para fazer em Barreiros e região. No aguardo, planejava o verão, a melhor época para os chapas da região.
— Aumenta bastante o trabalho porque temos mais entregas, mudanças e fretes para fazer. O que nos complica é a tranqueira no trânsito, que atrasa tudo, principalmente dentro da Ilha. Lá o negócio complica — afirma.
Ajuda para quem cedo madruga
A maioria dos chapas que trabalha no trecho da BR-101 que passa pelos municípios da Grande Florianópolis mora perto do serviço, já que é preciso estar cedo na pista. O melhor horário para conseguir trabalho é entre 5h e 7h30min, conta Márcio. Nesta quarta-feira, após esse horário, ele já não acreditava que conseguiria serviço.
— Não é só chegar cedo. Como estamos em Barreiros, ficamos no prejuízo com os chapas que trabalham em São Miguel, ali em Biguaçu, porque os caminhoneiros pegam outros chapas antes de chegarem aqui — observa.
Às vezes, tão demorado quanto esperar pela carga, pode ser a negociação do preço com o caminhoneiro. Os chapas costumam cobrar por peso ou diária. Se a viagem prevê cinco ou seis entregas, cobram uma diária de R$ 150 — e pechincham o almoço. Por peso, o preço varia e pode ser feito em conjunto, quando os chapas dividem o dinheiro entre eles.
— O que importa é colocar a carga no chão o mais rápido. Eu já tirei 32 toneladas de areia de um caminhão, com mais quatro chapas, e recebemos cada um R$ 120. Em outra, tiramos uma tonelada de alimentos do caminhão, entre dois, e cobramos R$ 100. O preço sai na hora — explica.
Além de disposição e força, os chapas precisam conhecer muito bem as cidades em que atuam, já que trabalham como guias.
— Guiar os caminhoneiros também é importante, porque se eles se perderem vão perder dinheiro também — ensina Márcio.
Opinião de quem utiliza o serviço
Além dos pontos na BR-101, chapas também dão expediente em postos de combustíveis às margens da rodovia, mesmo que em muitos deles seja proibida a permanência dos trabalhadores.
Dona de uma agência de cargas, Rogéria Porto da Luz, 50, afirma que o número de chapas em atuação na BR-101 vem diminuindo ano após ano. Ela culpa a crise econômica e o fato de que muitas empresas, como grandes supermercados, por exemplo, proibiram o trabalho dos chapas dentro das unidades.
— Eu conheço chapa que virou pedreiro, conheço chapa que vende Trimania, os chapas estão sumindo das estradas, porque cada vez têm menos serviço — expõe.
O caminhoneiro Lourival Del Passo, 56, explica que grandes empresas passaram a cobrar para descarregar caminhões, serviço que é feito pelos chapas. Com máquinas empilhadeiras e outros equipamentos modernos, o trabalho é feito de forma mais rápida, mas tira o serviço de um chapa e doí no bolso do caminhoneiro.
— Tem empresa que cobra o preço único de R$ 250 para descarregar, independente do valor do frete. Se o frete é R$ 600, eles vão cobrar R$ 250 do mesmo jeito, e isso não prejudica só o chapa, mas também o caminhoneiro — avalia Lourival.
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