Diesel: redução dos últimos meses resulta na defasagem do preço do combustível

Há 28 dias a Petrobras continua com o congelamento dos valores dos combustíveis. Devido a essa medida, a defasagem em algumas refinarias do país chega a 17%. (Foto: reprodução/Pixabay)

Diesel: redução dos últimos meses resulta na defasagem do preço do combustível

Mesmo com os reajustes, o valor do diesel, tanto comum como S-10, continuam em alta na maioria dos estados

Redação Chico da Boleia

Nos últimos meses, a Petrobras anunciou a redução do custo dos combustíveis, principalmente do diesel e da gasolina, alegando que o mercado internacional permitiu essa “evolução dos valores, sendo condizente com a pratica de preço da estatal”.

Entretanto, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) a defasagem entre o preço médio praticado nas refinarias brasileiras em comparação com a do Golfo do México é de 14%. Para atingir o valor ideal, com base no Preço de Paridade de Importação (PPI), o valor do diesel teria que aumentar, aproximadamente, R$ 0,83 por litro.

O Preço de Paridade de Importação (PPI) é a política praticada pela Petrobras para determinar o valor dos combustíveis comercializados pela estatal, que tem como base o valor do barril de petróleo no mercado internacional e também da cotação do dólar.

A pressão pelo reajuste se dá em função do cenário internacional, no qual a escalada no custo do diesel é impactado diretamente pela redução da oferta global, em função dos seguintes fatores: o rigoroso frio europeu, a guerra entre Rússia e Ucrânia e, consequemente, a proibição de importações por parte do governo russo, bem como o fechamento de refinarias.

A disparidade entre os preços pode ser observada entre as refinarias da Petrobras. Por exemplo, segundo dados da Abicom, a unidade da Bahia (Acelen) segue o preço internacional e tem reajustado os valores dos combustíveis mensalmente. O aumento repassado ao mercado pode chegar a 8,9%. Entretanto, há 28 dias a Petrobras continua com o congelamento dos valores dos combustíveis. Devido a essa medida, a defasagem em algumas refinarias do país chega a 17%.

O rumor nos bastidores do governo federal é que a estatal está sendo pressionada a manter as reduções nos custos dos combustíveis até o fim do segundo turno, para beneficiar a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Porém, após o dia 30 de outubro, a empresa deverá retomar os aumentos do diesel e da gasolina para minimizar a defasagem e também acompanhar os reajustes do mercado internacional – com base no PPI. Um acréscimo sutil já pôde ser percebido na última semana nas bombas dos postos do país.

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