Entidades do TRC se manifestam a respeito das interdições nas rodovias

Entidades do TRC se manifestam a respeito das interdições nas rodovias

CNT, NTC&Logística, CNTA, dentre outras afirmam não apoiar medidas que possam prejudicar a população e a economia

Redação Chico da Boleia

Desde a noite de domingo (30), caminhoneiros autônomos e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão realizando interdições em rodovias por todo país, em protesto contra o resultado do segundo turno da eleição para a presidência, na qual o candidato Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso, com 50,9% dos votos válidos.

Os manifestantes alegam, falsamente, que houve fraude eleitoral, pedem a intervenção militar, reforçando a disseminação de fake news e negando o resultado da votação da população brasileira.

Até a manhã desta terça-feira (1º), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que haviam bloqueios em 277 rodovias, em mais de 18 estados, chegando a solicitar o apoio da Força Nacional de Segurança e de aeronaves da Polícia Federal para ajudar a liberar as vias interditadas ilegalmente.

Enquanto os protestos continuam, entidades e representantes do setor de transporte rodoviário de cargas se manifestaram, em sua maioria, contrários as paralisações.

Em nota, a Confederação Nacional do Transporte (CNT), entidade de representação das empresas de transporte no Brasil, afirmou que “acompanha as paralisações em algumas rodovias do País e se posiciona contrariamente a esse tipo de intervenção”.

A entidade ressalta que respeita o direito de manifestação dos cidadãos, desde que o direito de ir e vir não seja prejudicado, principalmente quando há a possibilidade de transtornos econômicos e também quando afetam a locomoção de pessoas, inclusive enfermas.

Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) diz não apoiar o movimento de caminhoneiros autônomos de paralisação e bloqueio de rodovias em diversos estados do país. A entidade reforçou que “as empresas de transportes representadas pela mesma seguem atuando normalmente, reivindicando as autoridades que assegurem a livre circulação dos seus veículos, garantindo o abastecimento dos pontos de produção e consumo em todo o território nacional”.

– Sendo entidade de representação empresarial manifesta-se veementemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos, criando obstáculos à circulação de veículos que prestam serviços essenciais ao abastecimento da população, em especial de gêneros de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos –  afirma a NTC por meio de um comunicado.

Outro comunicado divulgado foi o do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Guarulhos e do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, ambas entidades alegando serem contrárias aos bloqueios das rodovias. “Para nós, os atuais bloqueios não refletem a vontade dos transportadores autônomos de cargas, em especial as dos profissionais do estado de São Paulo, haja vista que a maioria dos caminhoneiros desejam continuar trabalhando para o crescimento econômico do Brasil”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) veio a público esclarecer que as manifestações divulgadas não representam um movimento dos caminhoneiros autônomos, tampouco uma greve da categoria. Na verdade, a entidade reforça que as interdições são um reflexo das ações de cidadãos sem ligação com o setor.

– Esse não é um movimento orquestrado por uma categoria e não há nenhuma pauta de reivindicação referente ao trabalho dos caminhoneiros autônomos, por isso não deve ser caracterizado como uma greve – reforça a CNTA.

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