Mercedes-Benz faz dever de casa contra crise

Phillipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil garante estar empenhado na lição de casa que a empresa precisa fazer para contornar a crise nas vendas de veículos. “Não adianta chorar, é preciso se adaptar para contornar o momento difícil”, avalia ele, que não espera retomada das vendas tão cedo. “Acho muito difícil que o mercado interno chegue a 75 mil caminhões em 2015”, aponta, sinalizando que as vendas devem ficar próximas de 70 mil unidades, com forte retração de 49% sobre o resultado do ano passado.

O executivo explica que a crise responsável pelo tombo das vendas também aumentou a pressão sobre os custos. “O novo patamar cambial pressiona todos os custos. Teremos de repassar isso em algum momento”, acredita. Segundo ele, a companhia importa de 25% a 30% dos componentes e insumos usados na produção. Dessa forma, ainda que a linha de veículos fabricada localmente tenha índice de nacionalização médio de 75%, há forte impacto nos itens trazidos do exterior.

A primeira ação para contornar as dificuldades nas vendas foi ajustar o excedente de mão de obra. A companhia precisou reduzir o ritmo da operação nacional que, em 2014, produziu 52 mil veículos entre caminhões e ônibus, número que Schiemer projeta que diminua para 40 mil unidades até dezembro. “Nosso market share cresceu, mas não o suficiente para compensar a redução do mercado total”, conta, citando que a empresa respondeu por 27% das vendas de caminhões no acumulado até setembro deste ano, contra 26% em 2014. O jeito para amenizar o efeito disso foi a adesão ao PPE, o Programa de Proteção ao Emprego. 

“A iniciativa nos ajudou muito, tranquilizou o ambiente interno, mas ainda temos excedente de 2 mil funcionários”, aponta, admitindo que, nos últimos três anos a empresa cortou 3 mil vagas de seu quadro no Brasil. Atualmente a montadora emprega 10,8 mil pessoas: 10 mil na fábrica de São Bernardo, no ABC Paulista, e 800 em Juiz de Fora (MG). “Em dezembro devemos dar férias coletivas durante a maior parte do mês, dependendo de como ficarem as encomendas de veículos”, revela.

Enquanto o mercado local permanece retraído, o executivo trabalha para ampliar as exportações. Houve crescimento de 50% nos embarques a outros países entre este ano e o ano passado, ainda que o volume permaneça baixo, próximo de mil unidades. “Precisamos de algum tempo para conquistar novos mercados. Estamos negociando”, conta. Schiemer admite que há conversas para que a Mercedes-Benz do Brasil forneça para países da África e do Oriente Médio. “Em 2016 devemos começar a exportar para o Egito.” 

O presidente da companhia no Brasil reforça que a crise não altera em nada o programa local de investimentos da empresa: são R$ 3,2 bilhões entre 2010 e 2018, entre modernização das fábricas locais e renovação da gama. Stefan Buchner, líder global da divisão de caminhões da companhia, concorda que o foco deve ser o longo prazo. “O cenário no Brasil é desafiador, estamos ansiosos por mais estabilidade. Ainda assim, há muitas oportunidades e um enorme potencial. Não podemos ficar apenas reclamando da situação. Precisamos pensar em produtos e soluções competitivas”, defende. 

Fonte: Automotive Business

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