O 6×6 do Exército Brasileiro

MAN desenvolveu o caminhão para atender às necessidades da instituição

 Autor: Andrea Ramos

 O 6x6 do Exército Brasileiro

O Volkswagen Constellation 31.320 6×6 foi desenvolvido pela MAN Latin America para atender às necessidades do Exército brasileiro. Até o final do ano serão entregues 120 unidades do veículo de um total de 3 mil adquiridos pelas Forças Armadas como parte dos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O 6×6 fabricado pela MAN foi eleito pelo Exército brasileiro por ter entre os seus atributos a simplicidade e a força, itens necessários para o perfil de atividade que o brutão com PBT de 31 t vai encarar. O Constellation 6×6 terá a função de transportar tropas ou equipamentos em missões, como canhões ou até componentes superpesados como porta-contêineres de até 20 pés, e pontes de engenharia – já que sua capacidade de carga útil é de 10 t – além de poder contribuir em operações nacionais ou internacionais, como na missão de paz no Haiti – esta, uma das razões pela qual seu propulsor atende a norma de emissão de poluentes P5, equivalente a Euro 3, que dispensa o uso de diesel com teor inferior a 50 ppm (partícula por milhão) de enxofre e do reagente químico Arla 32.

O caminhão é equipado com motor tradicional do mercado, o Cummins ISC 315, de 6 cilindros em linha que possui sistema de injeção common rail. Sua potência é de 315 cv a 2 000 rpm de rotação e o torque de 131 mkgf a 1 300 rpm. A transmissão é outro atributo do veículo, uma ZF 16S 1650, manual de 16 velocidades que trabalha em conjunto com a caixa de transferência Marmon-Herrington, com relação alta de 1,00:1 e baixa de 2,47:1. Sua distância entre-eixos é de 3 740 mm. O chassi é do tipo escada com longarinas duplas, com reforço em C, o que permite ao caminhão suportar impactos mais fortes.

Os militares que conduzirão os veículos, durante a entrega técnica de um dos modelos, foram capacitados para realizar inspeções diárias, verificar mensagens no painel de instrumentos e operar todos os comandos do veículo.
Segundo Guilherme Araujo Bittencourt, Major do Exército e membro da diretoria de materiais, o caminhão foi desenvolvido especialmente para atender exclusivamente às necessidades do Exército brasileiro, e por essa razão foi submetido a testes em condições severas e reais de operação, apresentando resultados acima das expectativas das Forças Armadas.

Performático off-road

Além dos componentes conhecidos do mercado e da fácil manutenção em qualquer lugar, até pela fácil reposição de peças, requisitos para compor a frota do Exército, o Constellation 31-320 ainda tem sua tração 6×6 como maior predicado.
Andamos com o pesadão da MAN durante a sua entrega técnica na AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), em Resende (RJ). O modelo é direcionado para suportar maiores impactos do solo – prova disso é sua tração capaz de ultrapassar com facilidade trechos enlameados, seguindo adiante sem atolar e superar terrenos irregulares ou de qualquer natureza sem derrapar. Seu ângulo de entrada é de 43° e o ângulo de saída, 45°.

Graças à caixa de transferência, na relação mais baixa, o caminhão é capaz de andar mais forte sobre pisos de baixa aderência. A impressão é que esse guerreiro “gruda” bem no piso, o que traz mais confiança a quem está a bordo, já que ele não sacode muito. Claro que a suspensão traseira de molas semielípticas invertidas e as rodas de aço calçadas nos pneus 14,00R20 fazem toda a diferença.

O Constellation 31-320 6×6 é capaz de transpor cursos d’água de até um metro de profundidade, vencer rampas com 60% de inclinação e obstáculos com 30% de inclinação lateral.

O Constellation do Exército foi concebido em uma parceria entre os engenheiros da MAN e do Exército brasileiro e, por essa razão, alguns detalhes técnicos são exclusivos desse veículo, que tem 60% de seus componentes nacionalizados. O sistema de reboque ou içamento atende as normas do Exército, assim como o sistema de saída do estepe, este, porém, baseado no processo da norte-americana Oshkosh Corporation, fabricante de veículos especiais. Nesse processo, o estepe é retirado por um cilindro hidráulico, economizando tempo e pessoas, já que o pneu é pesado. “Em testes, apesar das dimensões do pneu, é possível trocá-lo em 40 minutos”, explica o major Bittencourt.

O caminhão foi montado com uma carroceria Rossetti que possui bancos para o transporte de militares. O desenho do Constellation denota toda a sua robustez. Prova disso é o para-choque envolvente e a grade que protege a parte frontal do veículo. Os faróis estão localizados na parte mais inferior do veículo para ajudar na tarefa noturna, e receberam grade de proteção. O caminhão ainda conta com dois tanques de combustível para 275 litros de diesel cada.

O 6×6 Sueco

O 6x6 Sueco

A Scania também tem sua opção com tração 6×6 para dois tipos de vocação: off-road, para ser usado na construção pesada, e veículos especiais voltados aos segmentos de bombeiros – para combate a incêndio florestal e aeroportuários – e de Forças Armadas no transporte de tropas e de equipamentos bélicos. Para o Exército, por exemplo, um dos produtos mais indicados é o P 360 6×6. Ele sai de fábrica com essa configuração. O veículo possui cuícas elevadas acima dos eixos, barra de direção atrás do eixo frontal e sem adaptações, o que garante o maior vão livre do solo sem perder a ergonomia. Além de permitir o acesso de entrada e saída sem dificuldades.

O motor Scania é de 13 litros, de 360 cv a 1 900 rpm e torque de 178,5 mkgf entre 1 100 a 1 350 rpm. Sua caixa de mudanças manual possui 8 marchas e uma ré. A automatizada Opticruise é opcional. O caminhão possui CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 100 toneladas. Ele conta com redutor nos cubos, relação de redução do diferencial de 3,93:1 e suspensão do eixo dianteiro com capacidade para 9 toneladas e no traseiro de 21 t com opção para 32 t de PBT.

O P 360 6×6 tem pino de reboque para 35 t, o que permite rebocar outro veículo de igual capacidade sem a necessidade de descarregamento. Sua estrutura chega a 17,5 mm, com chassi de 9,5 mm reforçado e outro auxiliar interno de 8 mm. O chassi mais resistente aliado a um elevado limite de elasticidade permite realizar inclinações de mais de 30% de rampa lateral sem perder a aderência com o solo, mesmo totalmente carregado.

Fonte: Transporte Mundial

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