O executivo que está renovando a frota da Ford

Foto: Reprodução

Joe Hinrichs, um executivo da Ford Motor Co. que construiu sua carreira resolvendo problemas difíceis na área de manufatura, será responsável pela missão que talvez seja a mais difícil da montadora este ano: colocar no mercado veículos vitais para o futuro da empresa – sem tropeços.

O presidente da Ford para as Américas vai ser responsável pela introdução, este ano, de um novo utilitário esportivo Lincoln, um modelo esportivo Mustang e uma versão redesenhada da caminhonete Ford F-150 com carroceria toda de alumínio. Tudo tem que sair perfeito para que a companhia possa aumentar seu lucro em 2015, após um esperado recuo este ano.

Uma série de problemas com novos modelos nos últimos dois anos, que incluem um lançamento acidentado dos sedãs Fusion e Lincoln MKZ e uma sequência de recalls do utilitário esportivo Escape, ajudaram a colocar Hinrichs em seu novo cargo.

Depois de comandar a manufatura da Ford e as operações da empresa na China, ele agora está encarregado de uma área que gerou 70% da receita da montadora em 2013.

No fim de janeiro, o executivo de 47 anos visitou a fábrica da Ford em Louisville, no Estado americano do Kentucky, onde examinou um protótipo do utilitário esportivo Lincoln MKC com a equipe responsável pelo veículo.

Hinrichs disse que, quando o lançamento do sedã MKZ chegou ao mesmo estágio, cerca de 30% das partes ainda estavam incompletas. No caso do MKC, já está tudo pronto.

A inspeção que ele fez nesse dia se concentrou primeiro na traseira de estilo hatchback do utilitário. O formato complexo poderia dificultar o alinhamento da porta traseira, sugeriu.

“Sabíamos que isso seria difícil de fazer”, disse Hinrichs. “Mas tivemos tempo de fazer certo.” Ele mais tarde disse ao engenheiro-chefe, John Jraiche, que gostaria de acrescentar uma pequena lâmpada ao compartimento onde os celulares podem ser carregados.

“Não creio que preciso dizer a vocês como é importante que esse lançamento ocorra sem problemas”, disse ele a um grupo de engenheiros e supervisores de manufatura. “Espero que estejamos usando algo do que aprendemos com os problemas no lançamento do MKZ.”

Os membros da equipe de lançamento do MKC assentiram em silêncio. “Se houver problemas, digam como podemos ajudar”, disse Hinrichs. “Conheço algumas pessoas.”

Entre as pessoas no círculo de contatos de Hinrichs está Raj Nair, diretor mundial de desenvolvimento de produto da Ford, que trabalhou com Hinrichs na Ásia antes de assumir sua função atual.

Durante 2013, ambos tentaram resolver problemas de qualidade no MyFord Touch, o sistema de comunicação e entretenimento interno de alguns automóveis Ford, e nas transmissões de embreagem dupla.

“Todos nós estamos passando mais tempo com as equipes de lançamento”, diz Nair, que, assim como Hinrichs e vários outros executivos, recebe relatórios semanais sobre o progresso de todos os veículos sendo lançados este ano.

A picape F-150 tem importância especial, pois vai exigir a modificação de duas fábricas e centenas de milhões de dólares em equipamentos novos, além do treinamento de funcionários para trabalhar com alumínio.

Hinrichs diz que as mudanças nas fábricas serão significativas e vão exigir 13 semanas de paralisação nas linhas de montagem de caminhonetes.

A reforma é uma das razões que levam a Ford a prever que seu lucro líquido este ano será menor que os US$ 7,2 bilhões registrados no ano passado.

Enquanto Hinrichs tenta manter as operações da América do Norte nos trilhos, as da América do Sul passaram a ser um projeto de recuperação.

A desvalorização da moeda na Venezuela fez com que a Ford quase suspendesse a produção no país. A montadora enfrenta problemas semelhantes na Argentina.

Ainda assim, a Ford está levando adiante a construção de uma nova fábrica no Brasil, na Bahia, e está lançando uma série de novos produtos este ano, incluindo uma nova versão do Ka.

Hinrichs, que é natural do Estado de Ohio, está acostumado com fábricas. Assim que se formou em engenharia elétrica pela Universidade de Dayton, em 1989, ele arrumou um emprego na General Motors Co. Mas depois de passar cinco meses trabalhando na maior parte do tempo sozinho, ele pediu transferência para uma fábrica onde teria a chance de gerenciar pessoas.

Hinrichs diz que logo concluiu que os problemas da primeira fábrica em que trabalhou eram na maioria ligados a desmotivação e falhas de comunicação. “A muitos funcionários só era dito o que tinham que fazer, e nunca por que eles o faziam”, diz.

Aos 29 anos, Hinrichs se tornou o gerente de fábrica da história mais jovem da GM, encarregado de uma problemática fábrica de transmissões na Virgínia.

Enquanto trabalhadores de outras fábricas da montadora entraram em greve, ele conseguiu manter seus empregados trabalhando, graças a um acordo de trabalho flexível.

Mais tarde, ele fez um MBA na Faculdade de Administração de Harvard e foi para a Ford. Em 2006, já era diretor de manufatura da América do Norte. Mas a Ford estava em crise e Hinrichs recebeu a missão de decidir quais fábricas iriam fechar, num momento em que a empresa precisava enxugar suas operações. Em 2007, 32.000 funcionários de fábricas deixaram a empresa.

Dois anos depois, Hinrichs foi transferido para outra posição difícil – a filial da Ford na China, onde a montadora há anos estava atrás da GM e da Volkswagen AG. Hinrichs, que aprendeu a falar chinês e costumava praticar com seu motorista, tinha reuniões frequentes com as autoridades do Partido Comunista da China e se esforçou para aumentar as vendas da Ford no país.

Uma parte vital da sua estratégia era a aposta de que a Ford poderia impulsionar as vendas ao oferecer utilitários esportivos, que estavam se tornando populares entre os motoristas chineses.

Em 2010, Hinrichs propôs ao conselho de administração que a Ford construísse nove fábricas e investisse quase US$ 5 bilhões na China.

O diretor-presidente, Alan Mulally, apoiou a proposta. No ano passado, as vendas saltaram mais de 50%, graças em boa parte à demanda pelos modelos Ford EcoSport, Kuga e Explorer.

A montadora tem agora 4,4% do mercado chinês e afirmou que a meta de alcançar 6% de participação está bem próxima.

 Fonte: Agenciat1

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