Organizadores falam sobre a primeira etapa do MMCB

Durante a primeira etapa da Competição de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, promovida pela Scania, Chico da Boleia também conseguiu uma entrevista exclusiva com Rodrigo Machado, coordenador da Competição, e Márcio Furlan, gerente de Marketing e Comunicação da Scania no Brasil. Confira.

Chico da Boleia: Depois de cinco meses de estruturação e organização, passou o frio na barriga?

Rodrigo Machado: Passou sim, Chico. Agora, depois de tudo ajeitado, foram 30 horas de montagem, o evento aconteceu bem e as provas aconteceram dentro da programação. Saiu tudo como a gente esperava.

Chico da Boleia: Márcio, quais foram as dificuldades desses cinco meses pra chegar aqui e começar a Competição?

Márcio Furlan: Na verdade a dificuldade é a estreia, mas como o Rodrigo falou a gente vem preparando isso há um ano. Iniciamos desde junho de 2013, buscando patrocinadores e barceiros e na busca daquilo que a gente vai querer como trabalho com os motoristas. E o grande desafio agora é deixar no mesmo nível todas as 14 etapas que a gente vai realizar até o final do ano.

Chico da Boleia: Rodrigo, a gente conversou recentemente que vocês buscam quebrar um recorde de inscrições neste ano. Como anda isto?

Rodrigo Machado: Eu acho que mais do que um recorde o que a gente busca é engajar os motoristas. Os autônomos, os agregados, os motoristas CLT, enfim, a gente quer que a categoria se engaje no projeto e participe. E isto vem acontecendo! Os números agora mostram – não são números finais ainda –, mas até o final desta semana foram mais de 60 mil motoristas inscritos, que eles estão buscando aprimorar seus conhecimentos e participar. E este é o nosso grande objetivo, montar uma grande família, uma grande massa de motoristas interessada em se valorizar, mostrar a sua importância para o setor, ir atrás de conhecimento, de educação, de parcerias e passar um momento diferente com a família. Esse grande objetivo nosso a gente vem conseguindo cumprir com o MMCB.

Chico da Boleia: Márcio, porque vocês escolheram a Casa Scania Quinta Roda de Sumaré para iniciar a Competição?

Márcio Furlan: Pelo histórico que a gente tem de participação dos motoristas nos últimos anos, a gente identificou que esse ponto era estratégico para trazer pessoas não só da região aqui de Sumaré, mas de outros lugares do estado de São Paulo e até motoristas que trabalham pra empresas que utilizam essa rota próxima a Anhanguera, Bandeirantes, Rodoanel e que poderiam ter num sábado e domingo a oportunidade de participar desta etapa. Por exemplo, o motorista trabalhou na quinta e na sexta-feira, descarregou na sexta, ficou pela região e aí participa no sábado ou domingo. E a gente levou esse conceito para as 14 etapas. Além disso, aqui temos uma estrutura que consegue receber os motoristas no final de semana que ao todo são cem. Nós exigimos muito que o local possa receber com conforto todas essas pessoas, a família, amigos, enfim, e ter isso bem organizado. A partir disso, nós fomos posicionando as etapas pra lugares onde há maior fluxo de caminhoneiro. É isso que nós queremos! Tanto é que em 2012 nós tivemos 12 etapas e neste ano aumentamos as etapas regionais para 14. Uma delas vai ser em Porto Velho, porque a gente identificou nas últimas edições uma tendência de crescimento da participação dos motoristas desta região e valorizamos isso.

Chico da Boleia: Eu me lembro de que em alguma competição passada houve uma etapa que foi realizada num posto de combustível no Paraná. Quantas etapas são em postos e quantas são em concessionárias?

Rodrigo Machado: Hoje 100% das etapas são realizadas em concessionárias. Em 2012 nós já adotamos essa estratégia junto com a nossa organização, porque assim estamos dentro de casa. O posto é legal, porque estamos no ponto de parada do motorista, mas na concessionária a gente consegue ter um uso melhor do espaço, melhor acesso a estrutura, temos grandes pátios. E também a gente abre uma oportunidade para que os motoristas conheçam a concessionária, porque como a competição é aberta para qualquer motorista, ele pode vir conhecer a casa, ver o que ela oferece. A gente já tem toda uma estrutura a nosso favor com a vantagem de que conseguimos envolver os colaboradores da concessionária. Hoje temos 30 pessoas da Quinta trabalhando no evento como fiscal, coordenando o grupo, etc. Nós vamos continuar com essa estratégia de realizar as etapas nas Concessionárias.

Chico da Boleia: Que feedback você tem do setor, da categoria, sobre essa ação que já é concreta?

Márcio Furlan: Chico, o que a gente vem acompanhando é um reconhecimento cada vez maior de toda essa cadeia envolvida. Em 2005 quando a Scania lançou o Programa, o grande público e quem participou mais foi o próprio motorista. No segundo ano do evento, o frotista já começou a ter um papel mais fundamental na estratégia. A gente tem uma grande participação de motoristas que são CLT, que trabalham para empresas, então começa com o motorista, expande para o frotista. As associações e entidades de classe da região perceberam o valor do evento também. E a gente tem visto, ano a ano, além do número de motoristas participando, o aumento do apoio dos empresários, dos sindicatos e associações. E este ano, em especial, uma participação muito forte dos embarcadores também. Porque isso mostra que as empresas do setor querem que seus motoristas sejam engajados, que eles saibam do seu papel como profissional, como cidadão, como pai, como representante da marca dessa empresa no contato direto com o cliente dele. A gente está muito feliz porque foi um projeto que surgiu em 2005 e se expandiu. E eu tenho a certeza em dizer que a cadeia logística reconhece o MMCB, não como uma competição entre os motoristas, mas como um programa que leva valorização, motivação e treinamento. Isso, a longo prazo, faz com que a gente possa trazer novos profissionais para a categoria.

Chico da Boleia: Sem dúvida, a gente reconhece o MMCB porque dá respeito e importância ao motorista. Rodrigo, você que acompanha o projeto desde o começo, como é ver essa evolução toda? E tendo visto as competições lá fora, como é o nosso motorista “brazuca” se comparado aos de outros países?

Rodrigo Machado: Com relação ao projeto é como um filho que nasceu, cresceu e agora está ganhando maioridade. Acho que a gente conseguiu um projeto bem consolidado e maduro. Quanto aos motoristas, eu acho que, claro, o motorista tem estradas melhores em outros países e eu acho que essa é uma diferença grande, especialmente em relação a Europa. Os caminhões são os mesmos, com algumas coisas só diferentes, mas as tecnologias são as mesmas. E as provas são as mesmas na Competição de lá. Aqui temos o check-list como lá, também tem prova de percurso, teórica, etc. Mas é claro que lá existe uma estrutura de rodovia muito melhor e, por isso, as dificuldades são reduzidas. A gente espera que um dia o Brasil possa alcançar também esse nível para melhorar a condição de trabalho de todo mundo.

Chico da Boleia: O que se projeta para os próximos anos?

Rodrigo Machado: A gente não parou para fazer projeções ainda, mas a tendência é a internet. Nós estruturamos a segunda fase online e funcionou super bem. Os motoristas estão participando, inclusive uma das competidoras me contou que fez a prova pelo smartphone. Esse caminho é bem próspero e vai ser mantido. No resto eu acho que podemos ter uma previsão de mais concessionárias aderindo, cada vez um número maior de participantes e também um aumento do número de jovens competidores. Acho que esses vão ser traços que moldarão a próxima etapa.

 

Entrevistas realizadas por Chico da Boleia

Texto final: Redação Chico da Boleia

 Fotos 1ª Etapa Melhor Motorista

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