Polícia inicia operação para evitar saque a caminhões em Paranaguá

Operação quer coibir saque a carga de caminhões em Paranaguá (Foto: Asscom/Appa)
Operação quer coibir saque a carga de caminhões em Paranaguá (Foto: Asscom/Appa)

A Polícia Militar (PM) do Paraná vistoriou  três galpões de armazenamento de produtos agrícolas em Paranaguá, no litoral do estado. Em todos os depósitos foram identificadas irregularidades, e um deles foi interditado. A ação faz parte da Operação Proteção Portuária que visa coibir o saque a caminhões e o armazenamento irregular de grãos.

O esquema de desvio de carga começa quando as pessoas rompem a bica do caminhão, e o veículo circula pelas vias derrubando grãos. Segundo o tenente-coronel Lanes Randal Prates, do nono Batalhão da Polícia Militar, em Paranaguá, em média, cada caminhão pode derrubar de duas a cinco toneladas até chegar ao porto. Depois, outras pessoas refazem o trajeto varrendo os grãos que caíram e encaminham o material coletado para os depósitos clandestinos. Popularmente, a ação é conhecida como “crime de vazada”, mas é caracterizado como furto qualificado. Há ainda as sanções administrativas, que podem abordar desde aspectos de trânsito a questões ambientais.

Com a operação, o policiamento nas proximidades do Porto de Paranaguá é intensificado na época do ano de maior movimento de caminhões, devido ao escoamento da safra de soja. Em 2013, o Porto de Paranaguá movimentou 15,4 milhões de toneladas. Com a previsão de uma nova safra recorde, a estimativa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) é de que o movimento seja de 12% a 15% maior neste ano. Em média, o porto recebe 2.500 caminhões por dia.

 “Exatamente em virtude da safra que nós estamos intensificando essa proteção portuária tanto para nós coibirmos o ‘crime de vazada’, quanto para interditarmos todos os depósitos – para impedir a recepção deste material clandestino – e, finalmente, para proteger a população que trabalha, mas trabalha para órgãos clandestinos”, explicou o tenete-coronel Lanes Randal Prates.

Para o tenente-coronel, este problema de saques de carga vai além da avaliação criminal. Ele citou que a polícia realizou um levantamento e percebeu que muitos daqueles que arrombam as bicas ou varrem os grãos são dependentes químicos. “A polícia abordava a pessoa com uma carga, identificava a idade e para onde estava levando – até porque era o caminho para identificar os depósitos – e grande parte dessas pessoas se intitulavam usuário de drogas. Tem essa conexão conhecida. Então, eu identifiquei a necessidade de envolver os órgãos de proteção. Muito mais do que um criminosos, ele é uma vítima, uma pessoa que tem uma fragilidade social e que precisa ser protegida para que nós possamos combater o crime maior”, argumentou.

Ação tem o objetivo também de deixar a cidade mais limpa e socialmente mais adequada e segura para os caminhoneiros e para a própria população, complementou o tenente-coronel. Não existe uma data definida para que a operação seja encerrada.

 G1

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