Presidente da NTC & Logística fala sobre os desafios da Fenatran 2015

Durante entrevista com Chico da Boleia, José Hélio Fernandes falou sobre as repercussões da maior feira do TRC da América Latina. Confira!

Chico da Boleia: José Hélio como você vê a Feira em si, hoje?

José Hélio: Eu confesso que eu vejo com bastante otimismo. Como você disse estamos num ano atípico com a economia passando por um momento complicado, e que nós inclusive pensamos muito em fazer ou não fazer a Feira. Eu até disse que essa é a Fenatran da determinação e da coragem. Mas a parceria com a Reed, com a Anfavea, com a Anfir, resultou um trabalho de muito esforço e que eu estou vendo coroado de sucesso. Estou realmente bastante animado, eu acho que a Fenatran deu bons resultados para nossos expositores apesar do momento difícil que a gente vive.

Chico da Boleia: Bom, primeiro eu, Chico da Boleia, quero dar os parabéns para a NTC e para as empresas que estão participando. Porque durante a crise você tem duas opções, ou você vende o lenço para quem está chorando ou você chora junto. E vocês estão vendendo o lenço para quem está chorando. Não tem como não falar da ausência de parte das montadoras de caminhões do Brasil. Porque se a gente pensar na história, não só dos números do setor, mas também da macroeconomia, tivemos anos piores do que esse. Como você vê isso?

José Hélio: A gente lamenta muito a ausência de algumas montadoras, que sempre foram também parceiras, embora respeitando a decisão que tomaram. A gente gostaria que tivessem tido outra decisão, mas eu quero acreditar que a ausência foi em função do momento difícil. Nos anos anteriores a venda foi realmente aquecida, a crise impactou bastante. E a gente costuma dizer que a Fenatran não é o algo só da NTC ou da Anfavea ou da Anfir ou de quem quer que seja, é uma Feira do mercado, de toda a cadeia relacionada ao transporte e por isso nós esperamos que em 2017 todo mundo esteja aqui de novo.

Chico da Boleia: Nós tivemos no início do mês a suspensão dos financiamentos do PSI e depois de várias pressões eles liberaram novamente o PSI. Como é que você vê o governo sendo sensível às reivindicações do setor?

José Hélio: Eu acho que em 2013, inclusive, em plena Fenatran, houve a suspensão do Finame e do PSI. E agora não foi diferente. E o governo mostrou sensibilidade diante das colocações que foram feitas e até em relação ao momento. O governo voltou atrás e isso possibilitou a realização de bons negócios aqui na Fenatran. Acho que foi uma atitude acertada.

Chico da Boleia: Não podemos deixar de falar que em plena Fenatran a gente está ouvindo uns burburinhos sobre um movimento de caminhoneiros autônomos. E pelo que a gente tem acompanhado é um movimento pontual independente da estrutura sindical. Qual sua opinião sobre isso?

José Hélio: O que eu tenho visto é o que você está falando, as nossas entidades não apoiam e não participam. Mas o que eu tenho visto são as entidades dos caminhoneiros se pronunciando que também não apoiam. Então ficou um movimento independente que está acontecendo e que não deixa de preocupar porque qualquer movimento de paralisação em qualquer categoria realmente prejudica. E muito mais na área do transporte. Porque mesmo sendo um movimento do caminhoneiro, porque mesmo sendo uma rodovia, se parar, acaba parando caminhões das empresas, criando dificuldades operacionais para todo mundo: para o embarcador, para o transportador e, sobretudo, uma inquietação grande. Mas eu espero que isso se resolva para o bem de todos.

Chico da Boleia: Há dois anos que você vem pegando “rabo de foguete” durante a sua gestão. Como você pode pensar daqui pra frente?

José Hélio: Você disse bem, eu peguei dois anos difíceis. Eu quando assumi em janeiro de 2014, na minha primeira reunião da NTC eu já abordei isso, porque eu tinha uma preocupação com a Copa do Mundo no meio do ano e todos nós sabemos que o futebol impacta muito o brasileiro. E que logo depois da Copa nós teríamos uma campanha política e que já se desenhava bastante acirrada, uma disputa bastante intensa. E virando o ano nós fomos surpreendidos com uma queda muito rápida e repentina da economia. E obviamente criando dificuldades não só no setor, mas na economia em geral. Mas a gente vai superando o dia a dia e eu espero que 2016 seja melhor que os anos anteriores. Se for bom não será só para a NTC, mas para todos.

Redação Chico da Boleia 

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