Caxumba! Vacinação é essencial para evitar a doença

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No Brasil, recentemente, começaram a aparecer casos de caxumba que ganharam espaço nos noticiários. São crianças e adultos doentes, turmas nas escolas onde os episódios se repetem e até mesmo o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, teve que cancelar nos meses de fevereiro e março as visitas a algumas alas do presídio para conter a propagação do vírus.


Os episódios de caxumba costumam surgir no inverno e na primavera. Isso porque, nessas estações, o vírus responsável pela doença se propaga com mais facilidade. Assim como a gripe, a caxumba é de alto contágio e se transmite por gotículas das secreções respiratórias, que podem transitar com a saliva, tosse ou espirro.

A doença em si não é grave. Os sintomas costumam variar entre febre e inchaço das glândulas salivares. Nas crianças, costuma ser benigna, nos adultos também, mas pode ter complicações mais sérias. Em alguns casos, o quadro pode evoluir para meningite ou inflamação dos testículos e ovários. A evolução vai depender de cada paciente, mas o repouso é de praxe. Recomenda-se também que os doentes fiquem em casa por 15 dias, evitando assim a propagação da patologia.

 Festa junina adiada

Em 2016, já foram 11 episódios no Distrito Federal. Priscillene Reis, gerente de Vigilância Epidemiológica do DF, informa que os casos foram registrados em escolas, residências e no complexo penitenciário. “A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, então não podemos ter um controle exato no número de casos, mas este ano já temos 525 relatos”, informa.
No colégio Marista de Brasília, conhecido como Maristinha, por exemplo, um surto de caxumba acarretou até mesmo o adiamento da tradicional festa junina da instituição. O intuito é evitar eventos com grandes aglomerações de pessoas, que possam ajudar a propagação do vírus.

Desde 31 de maio, foram nove alunos enfermos que fizeram tocar o sinal de alerta. Por meio de comunicado, o colégio informou aos familiares para que, ao identificar os sintomas da doença nos filhos, procurem imediatamente o médico. Também seguindo as orientações da Vigilância Epidemiológica, o Maristinha solicitou a carteira de vacinação dos estudantes e providenciou a segunda dose da tríplice viral para os que não possuíam.

Vacina

A vacinação é a única maneira de evitar o contágio. A imunização da caxumba está incluída na tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). A dose deve ser tomada aos 12 meses de vida, seguida de um reforço aos 15 meses da tetra viral, que inclui também a proteção contra a varicela. As crianças acima de dois anos podem ser imunizadas observando um intervalo de 30 dias entre as duas doses.

Quem não recebeu a proteção contra a caxumba quando pequeno, não se lembra ou não guardou os registros, deve se imunizar na idade adulta. Os adultos de 20 a 49 anos podem procurar o posto de saúde para receber a vacina.

Flávia Bravo, presidente da regional do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), informa que não há perigo de uma sobre dose. “Na dúvida, o melhor é tomar novamente, sobretudo os adultos que não possuem a caderneta”, avalia. Flávia lembra que a ocorrência de surtos não é anormal e acontece no mundo todo. “Por mais que tenhamos as campanhas de vacinação, ainda temos uma parcela da população que não foi imunizada, principalmente os adultos. Outro fator importante é que, por mais eficaz que seja a vacina, o seu índice de proteção não atinge 100%”, afirma.

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No Brasil, a tríplice viral foi implantada gradualmente a partir de 1993. O coordenador geral de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Sérgio Nishioka, lembra que antes da introdução da vacina, era comum a caxumba acometer as crianças, podendo até mesmo ser confundida com outras viroses. “Hoje, com grande parte das crianças imunizadas, a doença passou a atingir mais os adultos. Porém, a tendência no futuro é que os surtos diminuam, visto que a parcela da população imunizada aumenta gradativamente”, relata.
No Sistema Único de Saúde, a tríplice e a tetra viral fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação. Crianças e jovens até 19 anos podem tomar as duas doses gratuitamente. Adultos até os 49 anos também podem procurar os postos de saúde para se imunizarem.

Juliana Hack, para o Blog da Saúde.

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