Falta de respeito, assim como estacionamento e fação em pequenas alturas estão entre as reclamações de quem comanda os veículos de grande porte
Apontados como os grandes vilões do trânsito, os caminhões dividem espaço com veículos de passeio, ônibus e motocicletas pelas ruas e avenidas da Capital. E relação, inclusive, resulta em muitas relações em relações aos veículos maiores, mas os caminhoneiros afirmam que já estão acostumados com isso e garantem ainda que, quando o assunto é dificuldade, a lista de problemas também é grande para eles.
“Ainda é uma cidade boa porque os caminhões podem circular normalmente. Porém, é mal planejada, não tem onde estacionar e você não vê ninguém querendo resolver isso. O trânsito, claro, também fica complicado em certos momentos do dia, mas não ter onde estacionar, e a questão da faixa amarela, atrapalham muito mais”, afirma Isaias Rolon Delgado, de 52 anos.
Segundo ele, para não perder serviço, é preciso adotar medidas mais extremas, como deixar o veículo longe e ir a pé. Mas isso acaba favorecendo outros tipos de problemas. “Corre o risco de alguém te roubar e para levar a mercadoria fica ainda mais difícil”, complementa.
O tempo de experiência também levanta outro aspecto. Percorrer ruas e avenidas de Campo Grande, mesmo que nos bairros mais afastados, pode ser ainda mais complicado devido aos obstáculos. “Até que não temos muitos problemas com árvores, exceto as que escondem placas, mas os fios de telefonia sim dificultam porque são colocados mais baixos”, revela ainda Isaias.
Opinião compartilhada pelo caminhoneiro André Ivo Pereira, de 38 anos. “Nos meus 18 anos de profissão, os fios foram os principais motivos para dor de cabeça. O caminhão enrosca, você acaba derrubando alguns, não tem jeito”, conta.
Além dos de telefonia, até mesmo os de energia acabam sendo levados em algumas situações. De acordo com a Energisa, em 2018 foram registrados 550 casos envolvendo caminhões e fios derrubados. Só em janeiro de 2019 foram 40.
No Brasil, a Norma Brasileira Regulamentadora nº 14039:2005, com validade para todo o território nacional, estabelece a altura mínima para colocação dos fios. Em Campo Grande, segundo a concessionária de energia, a altura padrão respeitada é de 4 metros da calçada à rede em ruas de baixo movimento, e de 6 metros para avenidas. Em ferrovias já são números diferenciados, cerca de 7m e 9m.
O pedido dos motoristas é para que os fios de telefonia também sejam colocados mais altos. Nesta terça-feira (5), por exemplo, um caminhão com 3 metros e 40 centímetros, segundo as medidas apontadas pelo motorista, arrebentou a fiação na Rua 9 de Julho, Vila Piratininga e, para não derrubar o segundo, o condutor contou com a ajuda de um morador que, com um cabo de vassoura, ergueu o fio para o veículo passar.
Para o motorista, o sentimento é de indignação ao enfrentar esse tipo de problema na cidade. ”Imagina se eu tiver que parar a cada metro para ficar levantando a fiação?”, afirmou Emerson Bustato, de 39 anos. Segundo apurado pela reportagem, a fiação atingida é de internet e telefonia.
Estacionamento – A falta de estacionamento também foi citada por André. “Você acaba ocupando a vaga de três carros, parado em frente do portão da casa de alguém. Ouço muita reclamação por conta disso”, afirma André, revelando também que acaba fugindo de entregas na região do Centro da Capital.
Valdinei Barroso de Castro, de 49 anos, é motorista de caminhão desde 2011 e também procura se afastar do Centro, principalmente em horários de pico. “Quando a quantidade de veículos é grande todo mundo fica atrapalhado. Eu sei que sou prejudicado, mas entendo que o caminhão também atrapalha eles [motoristas em geral]”, confessa.
A qualidade do asfalto, assim como o comportamento irregular dos demais motoristas também são listados pelos caminhoneiros. Leandro Cabreira, de 34 anos, trabalha com aluguel de caçambas de lixo e percorre toda a cidade. “Buraco é complicado, locais sem sinalização também, mas o pior é quando falta respeito”, destaca ele. “Os motociclistas, por exemplo, não respeitam caminhão”, aponta.
Soluções – Para os caminhoneiros, a educação no trânsito pode ajudar a salvar boa parte dos problemas listados. Quanto à falta de locais apropriados para estacionar, os próprios motoristas dão palpite para o que pode ser uma alternativa. “O ideia seria as lojas e os supermercados terem seus próprios Centros de Distribuição”, levanta Isaias, que chegou a mencionar uma empresa de móveis que abriu um local na saída de Campo Grande, próximo de Terenos, sendo que os produtos são transportados de lá em carros menores.
Fonte: Campo grande news
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